Foram coletados 89 espécimes de Selene setapinnis (Mitchill, 1815) no litoral do Estado do Rio de Janeiro (21-23ºS, 41-45ºW e 23º05'S, 44º30'W), Brasil, de agosto de 2001 a maio de 2002, os quais foram necropsiados para o estudo de seus metazoários parasitos. Foram encontrados 81 (91%) espécimes de S. setapinnis parasitados por uma ou mais espécies de metazoários parasitos, sendo coletados 21 espécies de parasitos: 8 digenéticos, 3 monogenéticos, 2 cestóides, 5 nematóides e 3 copépodes. Os endoparasitos (digenéticos, cestóides e nematóides) somam 74,1% do número total de espécimes de parasitos coletados. O monogenético Pseudomazocraes selene (Hargis, 1957) foi a espécie mais dominante e com maior valor de prevalência na comunidade parasitária de S. setapinnis. Os metazoários parasitos deste hospedeiro mostraram o típico padrão agregado de distribuição. Apenas uma espécie de parasito (Acanthocolpoides pauloi Travassos, Freitas & Bührnheim, 1955) mostrou correlação positiva entre o comprimento total do hospedeiro e a abundância parasitária. Caligus robustus Bassett-Smith, 1898, P. selene e Terranova sp. tiveram correlação positiva entre o comprimento total do hospedeiro e a prevalência parasitária. Larvas de Terranova sp. mostraram influência do sexo do hospedeiro sobre sua prevalência parasitária. Apenas um par de espécies de ectoparasitos, P. selene-C. robustus, mostraram covariação positiva entre suas abundâncias. Dois pares de espécies de endoparasitos, L. microstomum-P. merus e A. pauloi-P. merus mostraram covariação positiva entre suas abundâncias; e o par Terranova sp.-Raphidascaris sp. teve co-ocorrência e covariação positiva nas infracomunidades de S. setapinnis. Como nas outras comunidades parasitárias de peixes carangídeos do Rio de Janeiro, a comunidade parasitária de S. setapinnis aparentemente é um complexo de espécies pouco ordenado, caracterizado pela dominância de endoparasitos.
ecologia parasitária; estrutura comunitária; peixes marinhos; Carangidae; Selene setapinnis; Brasil
