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Caracteres não métricos nas duas espécies de Sotalia (Gray, 1866)

Este é um trabalho osteológico descritivo entre exemplares do gênero Sotalia da costa Norte, Nordeste e Sul do Brasil e exemplares fluviais da bacia amazônica, analisando caracteres não métricos no crânio e nas vértebras cervicais. A frequência de ocorrência de fenestras na região occipital (66%) e de costelas cervicais (87 %) foi maior na espécie fluvial (S. fluviatilis). Na espécie fluvial, a forma do vômer largo foi mais frequente (57%), seguida da forma intermediária (32%) e estreita (11%). A forma do vômer estreito foi mais frequente na espécie marinha (S. guianensis) (66 a 76%). Em relação ao forâmen lacerado anterior, foi observado que a forma aberta/alongada é mais comum na espécie fluvial (88%). Na espécie marinha, a maioria dos exemplares apresenta este forâmen dividido por uma projeção em forma de espinho (72 a 98%). A localização do forâmen hipoglossal visível ventralmente foi mais observada em S. guianensis (88 a 98%), enquanto que em S. fluviatilis, a maioria dos exemplares (87%) apresentou este forâmen deslocado internamente à reentrância jugular, não podendo ser observado em vista ventral. A espécie fluvial parece apresentar neotenia (ou manutenção de caracteres juvenis no adulto) em relação ao posicionamento dos pterigoides e ao desenvolvimento do forâmen lacerado interior.

morfologia; Sotalia; osteologia; crânio; vértebra cervical


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