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Primeiros passos para estudar a demografia de epífitas vasculares em cidades

Resumo

Ecossistemas urbanos podem comprometer a existência de epífitas vasculares (EV), dado que sua ocorrência está ligada à disponibilidade de forófitos e condições climáticas particulares. Apesar dos relatos de EV nas cidades, nada se sabe sobre sua demografia. Um primeiro passo nessa direção é descrever suas estruturas populacionais (PS). Estabelecemos o PS dos EV presentes nos parques urbanos da cidade de Oaxaca (Mexico), abordando as seguintes questões: 1) qual é a sua situação demográfica? e 2) existem diferenças na estrutura das populações crescendo em forófitos nativos versus exóticos? Durante o ano de 2021, realizamos o censo de todas as árvores em seis parques urbanos, registrando sua origem (nativa ou exótica), as espécies epífitas encontradas nelas e os estágios de desenvolvimento presentes em cada população de EV. Ao todo, cinco espécies de EV foram documentadas: Tillandsia ionantha, T. makoyana, T. sp, T. recurvata e T. schiedeana; as três primeiras com apenas um indivíduo e as duas últimas com 5.694 e 95, respectivamente. Um teste MANOVA indicou diferenças significativas no PS entre T. recurvata (estrutura tipo I, sugerindo uma população crescente) e T. schiedeana (estrutura tipo III, sugerindo uma população senil) (Wilkes' λ= 0,821, F-Radio= 11,96 e P < 0,001). PS não apresentou diferenças relacionadas à origem da árvore. Os resultados do presente trabalho indicam a necessidade de se realizar estudos demográficos para se ter uma ideia mais precisa da condição atual das epífitas vasculares nas cidades. Embora tenhamos encontrado cinco espécies de VS, apenas uma delas parece ter populações viáveis na cidade de Oaxaca.

Palavras-chave:
efeito hospedeiro; estrutura populacional; parques públicos; Tillandsia

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