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Variabilidade das taxas de filtração, assimilação e respiração e do mecanismo de resistência a multixenobióticos (MXR) no mexilhão Perna perna sob influência do chumbo

A importância sócio-econômica que a mitilicultura conquistou no Estado de Santa Catarina explica a crescente procura por novos sítios costeiros para o seu uso. Estudos fisiológicos e bioquímicos do mexilhão Perna perna se apresentam como metodologias viáveis para programas de avaliação e monitoramento ambiental, permitindo inferir sobre a qualidade dos sítios e possíveis influências de agentes xenobióticos nas áreas costeiras. Com o objetivo de determinar a existência de variabilidade nesses parâmetros evocada pelo chumbo (1.21 mimol.L-1), mexilhões Perna perna foram mantidos à temperatura constante e alimentados com Chaetoceros gracilis por 15 dias. O grupo controle foi aclimatado em água do mar a 30‰. No final desse período foram realizados experimentos estáticos fisiológicos de filtração, respiração e assimilação, como também foi quantificada a atividade do mecanismo MXR em fragmentos de brânquias, pelo acúmulo de rodamina B, por microscopia óptica de fluorescência. Em relação ao grupo controle, a manutenção dos organismos em solução de chumbo causou maiores taxas de filtração (1,04 e 2,3 e L.h-1.g-1; p < 0,05) e menores taxas de assimilação (71,96 e 54,1%, respectivamente). Também foi confirmado menor acúmulo de rodamina nos organismos sob influência do chumbo, sugerindo que este metal induz a expressão do mecanismo MXR no mexilhão Perna perna. Os resultados indicam que tais alterações fisiológicas e bioquímicas do mexilhão podem alterar os fluxos de energia no metabolismo, resultando em possíveis problemas nos sistemas costeiros utilizados como sítios de cultivos.

parâmetros fisiológicos; mecanismo de resistência à multixenobióticos; MXR; Perna perna; chumbo


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