Estrutura demográfica de todas as populações conhecidas da reófita Dyckia brevifolia Baker (Bromeliaceae) no Rio Itajaí-Açu, Sul do Brasil

Resumo

Compreender a distribuição e a estrutura demográfica das populações é essencial para a conservação das espécies. No Brasil, o grupo reófitas tem sido muito afetado pela construção de hidrelétricas. Todas as populações conhecidas de Dyckia brevifolia Baker ao longo do Rio Itajaí-Açu foram estudadas. As plantas foram classificadas como plântulas, imaturas ou rosetas reprodutivas. Além disso, o número de rosetas mortas, exceto plântulas, foi determinado em cinco populações de D. brevifolia. O número total de rosetas por população variou de 273 a 7.185, totalizando 30.443 rosetas e 1.789 plântulas (5,9%). Apenas 2,4% das rosetas ocorreram isoladas e 97,6% ocorreram agrupadas em 2.254 touceiras. O número de rosetas por grupo variou de duas a 339 rosetas. A porcentagem de rosetas reprodutivas por população variou de 7,8 a 26,7%. A correlação entre o número de touceiras ou entre o número total de rosetas e a área de ocupação foi significativa e positiva (r = 0,82; P < 0,05). A produção de brotos (1-4) ocorreu em rosetas imaturas e reprodutivas. Dyckia brevifolia tem herbivoria por Hydrochaeris hydrochaeris (capivara). Essas rosetas morrem ou muitas vezes rebrotam, emitindo de 1 a 20 brotos. As populações não apresentaram um padrão de distribuição de rosetas nas classes diamétricas, mas em todas as populações pode ser observada uma diminuição no número de rosetas nas classes de maior diâmetro. A pequena área de ocupação (9.185 m²) mostrou especificidade ambiental e vulnerabilidade à perda de habitat e alterações ambientais. Portanto, a manutenção desses locais é essencial para a conservação em longo prazo de D. brevifolia.

Palavras-chave:
demografia; herbivoria por capivaras; propagação clonal; espécie endêmica; policarpia