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Perkinsus beihaiensis (Perkinsozoa) em ostras do Estado da Bahia

Resumo

Este estudo relata o patógeno Perkinsus beihaiensis em ostras do gênero Crassostrea no litoral do Estado da Bahia (Brasil), sua prevalência, intensidade de infecção e correlação com a salinidade. As ostras (n = 240) foram coletadas entre outubro e dezembro de 2014 em oito estações amostrais entre as latitudes 13°55'S e 15°42'S. Os procedimentos laboratoriais incluíram análise macroscópica, histologia, cultivo em meio de tioglicolato de Ray (RFTM), reação em cadeia da polimerase (PCR) e sequenciamento de DNA. PCR e sequenciamento foram também utilizados para a identificação genética das ostras. Foram identificadas duas espécies de ostras: Crassostrea rhizophorae e C. brasiliana. Em ambas as espécies, P. beihaiensis foi a única espécie de Perkinsus detectada. Em C. rhizophorae, a prevalência média foi de 82,8% por histologia e de 65,2% por RFTM. Em C. brasiliana, as prevalências foram de 70,5% e 35,7%, respectivamente. A maior prevalência de P. beihaiensis em C. rhizophorae foi provavelmente influenciada pela salinidade, com a qual este apresentou correlação positiva (r>0,8). Em ambas as espécies, P. beihaiensis esteve localizada principalmente no epitélio gástrico. A infecção foi geralmente leve ou moderada, sem danos aparentes aos hospedeiros, mas em casos de infecção severa, houve reação hemocitária e desorganização de tecidos. As prevalências geralmente altas na região sugerem que as ostras devam ser monitoradas com relação a este patógeno, principalmente em áreas de cultivo.

Palavras-chave:
bivalves; doenças; patologia; salinidade

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