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Coleopterofauna encontrada em carcaças de coelho congeladas e frescas em Curitiba, Paraná, Brasil

Muitas espécies de artrópodes são associadas a carcaças e algumas delas podem ser utilizadas em casos de morte violenta como indicadoras forenses do intervalo decorrido desde a morte do indivíduo. Diferentes condições físicas dos cadáveres podem influenciar a fauna, sendo que o efeito do congelamento e descongelamento é desconhecido. Os objetivos do presente trabalho foram levantar as espécies de Coleoptera em carcaças de coelho frescas e congeladas em um remanescente florestal localizado em Curitiba, Brasil. Foram utilizadas quatro carcaças de coelhos, dois frescos e dois previamente congelados. A coleopterofauna foi amostrada diariamente e analisada com testes não paramétricos. Foram coletados 666 espécimes, pertencentes a 28 espécies, de 10 famílias. A maioria dos besouros coletados foi representada por larvas de Oxelytrum spp. (433), as quais são necrófagas. Observou-se um maior número de indivíduos sobre as carcaças congeladas (338 e 180) em comparação com as duas frescas (103 e 45). Os testes foram baseados nas espécies mais abundantes. A mediana das espécies de Oxelytrum diferiu significativamente entre as carcaças (H = 12,47844; p = 0,0059). As duas carcaças frescas diferiram significativamente (U = 190,0; p = 0,00019), porém não houve diferença significativa entre as carcaças congeladas (U = 336,0; p = 0,29755). Os dados indicaram que o processo de congelamento evitou que algumas espécies colonizassem as carcaças, neste caso com dominância de espécies de Oxelytrum. Estes dados também indicam a necessidade de cuidado ao utilizar carcaças congeladas em estudos de entomologia forense.

besouros; fauna necrófaga; entomologia forense; Oxelytrum spp. e carcaça de coelho


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