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Ambientes hipóxicos como refúgios contra peixes predadores nas várzeas amazônicas

Diversos grupos de peixes amazônicos apresentam mecanismos para suportar condições de hipóxia, incluindo especializações comportamentais, morfológicas e fisiológicas, apesar do custo energético envolvido. Uma das supostas vantagens em ocupar ambientes hipóxicos seria a redução da pressão de predação, devido à presença de um menor número de peixes piscívoros. Testamos esta hipótese em um ambiente de várzea do rio Amazonas, por meio de coleta de peixes com malhadeiras em ambientes hipóxicos e normóxicos. Das 103 espécies capturadas, 38 foram classificadas como piscívoras. Não houve diferença no número de espécies piscívoras e não piscívoras nos dois tipos de ambientes amostrados (chi2 = 0,23; p = 0,63; gl = 1), mas a proporção de peixes piscívoros foi maior sob condições de normóxia (chi2 = 104,40; p < 0,001; gl = 1). Isto indica que ambientes com baixa concentração de oxigênio dissolvido podem de fato funcionar como locais de refúgio contra peixes piscívoros nas várzeas amazônicas.

hipóxia; oxigênio dissolvido; piscivoria; Amazônia


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