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Fluxos iônicos e parâmetros hematológicos em duas espécies de teleósteos do Rio Negro, Amazônia, expostos à hipoxia

O objetivo deste trabalho foi descrever o efeito da hipoxia no fluxo iônico corporal e nos parâmetros hematológicos em duas espécies de teleósteos da Amazônia: Serrasalmus eigenmanni e Metynnis hypsauchen. O aumento dos efluxos de Na+ e Cl- em M. hypsauchen expostos à hipoxia pode estar relacionado ao aumento da ventilação branquial e da eficiência da área da superfície respiratória, a fim de evitar redução na captação de oxigênio; e/ou com a diminuição do pHe, que pode inibir os transportadores de Na+ e Cl- e, então, reduzir o influxo destes íons. Os efluxos de Na+ e Cl- foram menores em hipoxia do que em normoxia para a espécie S. eigenmanni, possivelmente porque esta espécie em hipoxia poderia reduzir a ventilação branquial e a captação de oxigênio, a qual levaria a uma diminuição do efluxo branquial de íons e, conseqüentemente, à redução da perda de íons. O aumento do hematócrito (Ht) durante hipoxia em M. hypsauchen provavelmente foi causado pelo aumento do volume das células vermelhas do sangue (MCV). Para a espécie S. eigenmanni, o aumento da glicose possivelmente foi resultado do uso da mobilização da reserva de glicose. A espécie Metynnis hypsauchen mostrou ser mais sensível à hipoxia do que a espécie Serrasalmus eigenmanni, uma vez que a primeira espécie apresentou mais alterações significativas em seus parâmetros osmorregulatórios e hematológicos. Contudo, as alterações observadas em ambas as espécies são estratégias adotadas pelos peixes a fim de preservar o suprimento de oxigênio para metabolização nos tecidos durante exposição à hipoxia.

peixes amazônicos; níveis de oxigênio dissolvido; hematologia; fluxo de íons corporal


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