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Acúmulo dietário de cádmio em tecidos de um teleósteo Amazônico (Tambaqui, Colossoma macropomum)

O entendimento dos efeitos da contaminação por metais na Bacia Amazônica é importante devido ao potencial impacto sobre esta região de elevada biodiversidade. Além disso, a relevância dos peixes como fonte primária de proteína para a população humana local (tanto nas comunidades ribeirinhas ao longo do rio Amazonas, quanto na cidade de Manaus), ressalta a necessidade de informação sobre a transferência de metais através da cadeia alimentar. Bioacumulação de metais em peixes pode ocorrer em taxas significativas através da dieta, sem necessariamente resultar na morte do indivíduo. O objetivo deste estudo foi expor cronicamente uma espécie de importância comercial nativa da Amazônia (tambaqui, Colossoma macropomum) a dietas enriquecidas com cádmio (Cd) em concentrações de 0, 50, 100, 200, and 400 µg.g-1 alimento seco. Os peixes foram amostrados nos dias 15, 30 e 45 do tratamento experimental. Os tecidos foram coletados para análise quanto a concentração de Cd por meio de espectrofotometria de absorção atômica acoplado a forno de grafite. O acúmulo de Cd nos tecidos ocorreu na seguinte ordem: rim > fígado > brânquias > músculo. Comparando-se com outras espécies de peixes de água doce (por exemplo, truta arco-íris, tilápia), o tambaqui acumulou níveis de Cd extremamente mais elevados em seus tecidos. Apesar do Cd ser conhecido por afetar a homeostase do Ca2+, não houve mortalidade ou retardo no crescimento durante os testes dietários.

Cádmio; bioacumulação tecidual; Colossoma macropomum; Amazônia; água doce


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