No cerrado, as lagartas de Lepidoptera, folívoras externas, são encontradas em baixas frequências e variam entre plantas e ao longo do ano. Este trabalho teve como objetivo analisar os efeitos das variações climáticas e das características das plantas (Miconia, Melastomataceae) na abundância das lagartas. O estudo foi feito no cerrado sensu stricto, Brasília, DF, de maio de 1998 a setembro de 1999. Mensalmente, 100 plantas de cada espécie foram vistoriadas. Todas as lagartas foram coletadas e criadas. Foram correlacionados com os resultados obtidos da abundância de lagartas, os dados climáticos e as seguintes características das plantas: densidade local, distribuição espacial, fenologia, pilosidade e conteúdo nutricional foliar. Menos de 10% das plantas tinham lagartas. As lagartas foram mais frequentes e abundantes em M. pohliana que também foi a espécie de planta com maior densidade na área. A frequência baixa de lagartas em plantas do cerrado é um padrão bastante consistente, assim como o pico de abundância desses imaturos na estação seca. Entretanto, esse pico de abundância não coincide com a produção de folhas em nenhuma das espécies de plantas. A maior densidade local e digestibilidade das folhas de M. pohliana são os fatores que mais explicam a abundância de lagartas nessa espécie.
cerrado; conteúdo nutricional foliar; fenologia foliar; pilosidade foliar; planta hospedeira
