Ethnography of remembering and forgetting among African descendents in Pelotas (RS), Brazil

Altez, Yara

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Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas

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Sumário

ARTIGOS CIENTÍFICOS • Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Hum. 18 (3) • 2023 • https://doi.org/10.1590/2178-2547-BGOELDI-2022-0004 copy

Ethnography of remembering and forgetting among African descendents in Pelotas (RS), Brazil

Authorship SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

Abstract

This article presents data collected during an ethnographic incursion carried out in the city of Pelotas, in the Brazilian state of Rio Grande do Sul, in late 2019. It is an initial approach to the world of African descendants in this city and intended to provide continuity to work conducted in Caruao Parish, Venezuela. The overall objective of the fieldwork in Pelotas was to investigate whether African Brazilians born in this city recognize themselves as descendants of former slaves, by applying a semi-structured interview script (as done in Caruao). Finally, we reflect on some of the coincidences between the results of both investigations, namely a tendency among the subjects to forget the slavery in their past.

Keywords
African descendants; Memories and social forgetting; Enslaved; History

Edad	Genero	Lugar de trabajo del/la entrevistado/a	Reconoce ancestros esclavizados	Conoce charqueadas	Comentarios sobre esclavitud o charqueadas
60	M	Parquero	No	No	“Não sei”
34	M	Albañil	No	No	“Minha avó trabalhava em casa de proprietários das charqueadas”
34	M	Supermercado Nacional	No	No	“Não tenho parentes que trabalharam nas charqueadas”
82	F	Cocinera (jubilada)	Si. Padre de su madre fue esclavo	Si	“Nas charqueadas trabalhavam os escravos”
55	F	Trabajadora informal	Si. Su bisabuelo fue esclavo	Si	“Eles falam muito pouco sobre isso”; “Não sei se é por vergonha do que os antepassados fizeram, mas eles não têm essa história”
67	F	Jubilada	No	No	“Dizem que as charqueadas são bonitas”; “Até onde eu sei, não houve escravidão em Pelotas”
57	M	Supermercado Nacional	No	No	“Eu ouvi comentários...”; “Eu não sei quem estava fazendo o serviço lá”
23	F	Pizzería Dom Pascual	No	No	“Eu só ouvi nomear”; “Não me lembro de nada sobre escravidão”; “Eu não sei muitas coisas destas”
27	M	Vendedor ambulante	No	No	“Eu nunca ouvi falar. Eu não sei isso”
17	F	Vidriería	No	Si	“Meu avô diz que seu pai trabalhava na charqueada”; “Eu não sei no que ele trabalhou. Ele disse que era um bom trabalhador, que era honesto e queria o bem de todos”
50	M	Vendedor de helados en Plaza Osorio	No	No	“Eu não me lembro assim...”; “Mais ou menos eu sei, mas dizem que é muito bonito”; “Uma vez eles gravaram uma novela de televisão sobre as charqueadas, mas eu esqueci o nome. Eles mostraram como Pelotas era nos tempos antigos”
37	M	Panadería Avenida	No	No	“Eu não sei... mais ou menos. Vi novelas muito boas... mas não me lembro”; “Elas eram da época dos escravos”
40	M	Desempleado	No	No	“Eu nunca ouvi falar disso”
59	M	Desempleado	No	Si	“Meu pai costumava dizer que em seu tempo trabalharam fazendo charque”; “Sim, trabalharam escravos”
62	M	Jubilado de arrocera	No	Si	“Muitos anos atrás, os escravos trabalhavam lá, mas eu não acompanhei essa história porque não nasci”; “Eu sei que os escravos moravam lá”
50	M	Desempleado	No sabe	No	“Talvez meu avô descende de escravos, mas não tenho certeza”
78	M	Jubilado	No	No	“As charqueadas são muito bonitas”; “Das charqueadas estou por fora de tudo”
89	M	Jubilado	No	No	“Não sei nada”
56	M	Parquero	No	Si	“Eu não tenho ideia do que aconteceu lá”; “Ninguém da minha família”
38	M	Bar del centro	No	No	“As charqueadas eram um campo de concentração de escravos negros”; “Afrodescendentes são pessoas de ascendência africana”; “Você é afro-descendente?”; “Sim”
30	M	Estudiante de historia UFPel	Si. Quilombo de Palmares y de Santiago	Si	“As charqueadas hoje são limpas, organizadas, mas na época cheiravam a morte 24 horas por dia, todos os dias da semana”
21	M	Músico	Si. Su tatarabuelo era esclavo	Si	“Eles produziram charque e trabalharam escravos”; “Minha mãe me contou uma história sobre meu trisavô”; “Em Pelotas, há muito racismo”; “Conheço movimentos sociais que combatem o racismo”

MCTI/Museu Paraense Emílio Goeldi Coordenação de Pesquisa e Pós-Graduação, Av. Perimetral. 1901 - Terra Firme, 66077-830 - Belém - PA, Tel.: (55 91) 3075-6186 - Belém - PA - Brazil
E-mail: boletim.humanas@museu-goeldi.br

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[1] Autora para correspondência: Yara Altez. Universidad Central de Venezuela. Residencias Vargas II, piso 1. Caracas 1050, República Bolivariana da Venezuela (yara.altez@gmail.com).