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Entre a invisibilidade, o branqueamento discursivo e a hipersexualização: imagens de controle sobre o termo negro e o seu lugar na enunciação

RESUMO

Partindo das premissas de que (1) a palavra em interação manifesta-se enquanto signo ideológico orientado a um auditório social preciso, circunscrito a um dado tempo histórico; (2) de que raça é uma linguagem e (3) de que o deslocamento geográfico envolve um choque entre diferentes sistemas de significação, interpreto dados do processo de tradução cultural para o termo negro, a partir de enunciações de duas aprendizes de língua portuguesa de um curso para mães imigrantes realizado no sul do Brasil. Os dados apresentados foram gerados no âmbito de uma investigação etnográfica em curso1 1 Ver tese defendida em 2021: REIS, N. O. Como dar certo em português? A experiência de mães imigrantes aprendizes de português em Florianópolis. 2021. 261f. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2021. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/229909. . A discussão aponta para imagens de controle que persistem no imaginário social, a partir de procedimentos de apagamento, de branqueamento discursivo e de hipersexualização do termo negro. Os dados revelam, ainda, que os processos de atribuição de sentidos em torno de raça encontram-se em plena disputa no contexto sócio-histórico atual.

PALAVRAS-CHAVE:
Branqueamento discursivo; Hipersexualização; Invisibilidade; Imagens de controle

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