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Análises de Alguns Calcáreos Paranaenses

Resumos

Apesar da natural existência de grande oscilação em todos os teores, em uma mesma jazida, das análises expostas na tabela anexa podemos concluir que: 1) as amostras com teor MgO até 3%, representam 52,58% do total das análises; de 3 até 5, 7,62%; de 5 até 10, 6,77%; e acima de 10, 33,05%. 2) com teor em insolúvel até 5%, 54,23%; de 5 até 10, 16,10%; e acima de 10, 27,96%. 3) das análises em que se fez a dosagem do MnO, 47,27% deram resultado negativo. 4) com exceção da maior parte dos calcáreos brancos, todos os outros contém carbono grafítico. 5) os calcáreos da zona de Itaiacoca, Município de Ponta Grossa, além da mistura com silicato de magnésio, estão acompanhados de Mg (OH)² em teores variáveis. 6) apesar de algumas amostras de grandes jazidas apresentarem boa pureza, mister se torna um estudo rigoroso e completo das mesmas, de acordo com a finalidade, pois nelas existe grande variação, principalmente quanto ao MgO. 7) em virtude de terem sido as análises feitas em material na sua maioria enviado a este Instituto, as porcentagens calculadas nos itens acima referem-se somente às mesmas, não representando uma média no Estado.


We may conclude that, in the analyses presented in the enclosed table, besides the natural existence in the same bearing, a great oscillation in every percentage: 1) the samples with quantity in MgO up to 3%, represent 58,59%, of the total analyses; from 3 to 5, 7,62%; from 5 to 10, 6,77%; and above 10, 33,05%. 2) with quantity insoluble up to 5%, 54,23%; from to 10, 16,10%; and above 10, 27, 96%. 3) of the analyses in which the dosage was made of the MnO, 47,27% gave negative result. 4) with the exception of the larger part of the white calcareous, every other one contain graphitic carbon. 5) the calcareous found in the Itaiacoca region, Ponta Grossa County, besides the mixture of magnesium silicate, there an Mg (OH)² in variable quantities. 6) although some samples found in large bearing have presented good purity, it is necessary a complete rigorous study of the samples, according to the purpose, for there exist in them a large variety, mainly in MgO. 7) due to the fact that the analyses were made with material largely send to this Instituto, the percentages figured in the above items refer only to the samples mentioned, and not an average in the State of Paraná..

Calcareous; State of Paraná; analytical chemistry


Alsedo Leprevost

Instituto de Biologia e Pesquisas Tecnológicas

ABSTRACT

We may conclude that, in the analyses presented in the enclosed table, besides the natural existence in the same bearing, a great oscillation in every percentage:

1) the samples with quantity in MgO up to 3%, represent 58,59%, of the total analyses; from 3 to 5, 7,62%; from 5 to 10, 6,77%; and above 10, 33,05%.

2) with quantity insoluble up to 5%, 54,23%; from to 10, 16,10%; and above 10, 27, 96%.

3) of the analyses in which the dosage was made of the MnO, 47,27% gave negative result.

4) with the exception of the larger part of the white calcareous, every other one contain graphitic carbon.

5) the calcareous found in the Itaiacoca region, Ponta Grossa County, besides the mixture of magnesium silicate, there an Mg (OH)2 in variable quantities.

6) although some samples found in large bearing have presented good purity, it is necessary a complete rigorous study of the samples, according to the purpose, for there exist in them a large variety, mainly in MgO.

7) due to the fact that the analyses were made with material largely send to this Instituto, the percentages figured in the above items refer only to the samples mentioned, and not an average in the State of Paraná..

Key Words: Calcareous; State of Paraná; analytical chemistry

INTRODUÇÃO

Grande é a aplicação dos calcáreos na indústria moderna, possuindo cada qual suas especificações técnicas próprias, motivo porque se torna complexa sua procura e seu beneficiamento.

Assim, por exemplo, a indústria do cimento exige baixo teor em magnésio e a da borracha não admite manganês.

Por sua vez, a da celulose, na preparação da lixívia de sulfito de cálcio pelo processo das torres, necessita baixos teores em magnésio e de insolúvel e isenção de carbono grafítico, ao passo que preparando-o pelo processo Franck estes inconvenientes desaparecem, podendo-se trabalhar até com cal de origem dolomítica.

Também a da cal, ora prefere calcáreo sem magnésio, ora admite-o em porcentagens elevadas.

Em Mineralogia denomina-se de "calcáreo, ao carbonato de cálcio, compacto ou de gran fina, não cristalino, chamando-se aos cristalinos de mármores. São em geral de origem orgânica, conchas de moluscos, corais, etc., ou então são depósitos de precipitação" (Backheuser).

Naturalmente existem sempre, acompanhando o carbonato de cálcio, em maior ou menor proporção, outros carbonatos como os de magnésio, ferro, manganês e mais raramente de zinco, bário, etc. com a variação da quantidade destes, recebem os minerais novas denominações, como "dolomita", quando o teor em magnésio é muito elevado, ou "anquerita", quando os teores em ferro e manganês atingem certos limites.

O carbonato de cálcio pode ainda apresentar-se cristalizado em romboedros, caso em que se denomina de calcita, ou em forma aparentemente hexagonal, chamando-se então aragonita.

Variável é também a quantidade e a qualidade do material com composição diversa da do calcáreo, que é retido durante a formação do mineral, dado na análise como insolúvel.

Apresentando este conjunto de análises de minerais diferentes, mas relacionados a uma mesma classe, generalizamos o termo, subordinando-os ao título de "calcáreos".

Os calcáreos do Estado do Paraná ocorrem principalmente na série Assunguí (= Série Minas), sendo sua composição muito variada, dentro de uma mesma jazida, predominando os dolomíticos e as dolomitas verdadeiras, aparecendo com alguma freqüência jazidas de calcita muito pura, porém em geral de pequena possança.

Além do elevado teor médio em magnésio, encerram apreciáveis valores em carbono grafítico e algumas vezes fortes porcentagens em insolúveis.

Os calcáreos até agora conhecidos em nosso Estado, ocorrem nas seguintes Séries: Assunguí, Passa Dois e Tubarão-Itararé.

Os da Série Assunguí, do algonquiano, nos Municípios de Paranaguá, Imbuial, Piraquara, Cerro Azul, Colombo, Campo Largo, Castro e Ponta Grossa, são principalmente industrializados para cal virgem e cal hidratada, estando em estudos, os de Cerro Azul, visando a fabricação de cimento; os de Imbuial e Castro foram já explorados como mármores.

Os de Tomazina pertencem à Série Tubarão-Itararé, do carbonífero superior, e os de Mallet à Série Passa Dois, do permiano superior.

As análises da tabela anexa referem-se a calcitas, calcáreos, calcáreos dolomíticos, dolomitas, hidromagnesita, anquerita e predazita.

Por terem sido efetuadas com finalidade técnica, não se fez uma análise completa, adotando-se o método resumido abaixo:

PERDA AO RUBRO – Determinada por calcinação em cadinho de porcelana, a cerca de 1000º C, até constância de peso.

INSOLÚVEL EM HC1 – Determinado por dupla desidratação de 5 gramas de amostra finamente moída e secada em estufa a 110º C, após ataque com HC1 1:1.

ÓXIDOS TOTAIS R2O3 – Determinados no filtrado do insolúvel, após oxidação com HNO3, por precipitação a quente, com NH4OH.

ÓXIDO DE FERRO Fe2O3 – Determinado no total de R2O3, por titulação com KMnO4 n/10.

ÓXIDO DE ALUMÍNIO Al2O3 – Diferença entre R2O3 e Fe2O3.

ÓXIDO DE MANGANÊS MnO – Determinado em parte alíquota correspondente a 1 grama de material, por titulação com KMnO4 n/10 ou N/100, de acordo coma quantidade.

ÓXIDO DE CÁLCIO CaO – Determinado no filtrado de R2O3, por precipitação com oxalato de amônio; algumas vezes redissolvido e titulado com KMnO4 n/10.

ÓXIDO DE MAGNÉSIO MgO – Nos filtrados da separação do cálcio, por precipitação com fosfato de sódio em meio amoniacal.

As análises sob números 67, 107, 116, 117, 176, 207, 269, 270, 272, 273, 328, 333, 337, 602, 603, 606, 630 e 658, referem-se a amostras de calcita. As sob os números 484 e 558, respectivamente a uma de anquerita e outra de hidromagnesita.

O insolúvel das amostras 844, 945, 442, 443, 816, 851, 852, 853 e 907, era constituído por silicato de magnésio; das amostras 1052, 1053, 1054 e 1055, por uma mistura de areia e mica, com pouca argila, predominando a primeira, e da amostra 1056, constituído, em quase sua totalidade, de argila.

As análises 277, 278, 279, 280, 281, 282, 283, 284 e 285, referem-se a nove médias feitas na jazida de Votuvurú. A análise 838 a uma amostra de predazita.

As restantes análises referem-se a calcáreos, calcáreos dolomíticos e dolomitas; é de ressaltar que, ao ser efetuado o ataque com HC1, afora exceções em calcáreos brancos, todos os outros demonstram possuir carbono grafítico, desprendendo concomitantemente odores de hidrocarburetos, com maior ou menor intensidade.

RESUMO

Apesar da natural existência de grande oscilação em todos os teores, em uma mesma jazida, das análises expostas na tabela anexa podemos concluir que:

1) as amostras com teor MgO até 3%, representam 52,58% do total das análises; de 3 até 5, 7,62%; de 5 até 10, 6,77%; e acima de 10, 33,05%.

2) com teor em insolúvel até 5%, 54,23%; de 5 até 10, 16,10%; e acima de 10, 27,96%.

3) das análises em que se fez a dosagem do MnO, 47,27% deram resultado negativo.

4) com exceção da maior parte dos calcáreos brancos, todos os outros contém carbono grafítico.

5) os calcáreos da zona de Itaiacoca, Município de Ponta Grossa, além da mistura com silicato de magnésio, estão acompanhados de Mg (OH)2 em teores variáveis.

6) apesar de algumas amostras de grandes jazidas apresentarem boa pureza, mister se torna um estudo rigoroso e completo das mesmas, de acordo com a finalidade, pois nelas existe grande variação, principalmente quanto ao MgO.

7) em virtude de terem sido as análises feitas em material na sua maioria enviado a este Instituto, as porcentagens calculadas nos itens acima referem-se somente às mesmas, não representando uma média no Estado.

  • Análises de Alguns Calcáreos Paranaenses
    Ã Ã Artigo publicado no Arquivos de Biologia e Tecnologia, v.1, pp. 113-127, 1946.
  • à Análises de Alguns Calcáreos Paranaenses à Artigo publicado no Arquivos de Biologia e Tecnologia, v.1, pp. 113-127, 1946.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      08 Maio 2002
    • Data do Fascículo
      Dez 2001
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