Acessibilidade / Reportar erro

Transição de cuidado de pacientes internados por COVID-19 e sua relação com as características clínicas

Transición de cuidado de pacientes internados por COVID-19 y su relación con las características clínicas

Resumo

Objetivo

Analisar a transição do cuidado (TC), e sua relação com as características clínicas de pacientes internados por COVID-19.

Métodos

Estudo transversal, realizado em um hospital geral, com 165 pacientes hospitalizados em decorrência da COVID-19 e que receberam alta para o domicílio. Participaram aqueles que estiveram internados por pelo menos 24hs, maiores de 18 anos, com acesso telefônico após a alta. Excluídos aqueles que receberam alta por transferência, que evoluíram a óbito ou aqueles sem condições cognitivas. Dados coletados entre março a julho de 2021, por meio de questionário sociodemográfico e clínico, bem como o Care Transitions Measure-15. Aplicou-se análise estatística descritiva e inferencial.

Resultados

A média geral do Care Transitions Measure-15 foi considerada satisfatória (71,8±7,45). O fator Preferências Asseguradas obteve maior média (80,5± 9,84) e o fator Plano de Cuidados a menor (57,5± 11,4). Foram encontradas diferenças estatísticas significativas quando se associou os fatores do CTM-15 com as variáveis clínicas tempo de doença crônica (p<0,03), presença de artefato clínico (p<0,040), uso de medicação contínua (p<0,029) e a reinternação teve diferença significativa nos fatores Preparação para o Autogerenciamento (p<0,045), Preferências Asseguradas (p<0,027) e Plano de Cuidados (p<0,032).

Conclusão

Os pacientes hospitalizados por COVID-19 avaliaram a TC geral como satisfatória e as variáveis clínicas tempo de doença crônica, artefato clínico, medicação contínua e reinternação interferiram na TC desses pacientes.

Continuidade da assistência ao paciente; COVID-19; Infecções por coronavírus; Alta do paciente; Transferência de pacientes

Resumen

Objetivo

Analizar la transición del cuidado (TC) y su relación con las características clínicas de pacientes internados por COVID-19.

Métodos

Estudio transversal, realizado en un hospital general, con 165 pacientes hospitalizados como consecuencia de COVID-19, que fueron dados de alta para volver a su domicilio. Participaron aquellas personas que estuvieron internadas por lo menos 24 horas, mayores de 18 años, con acceso telefónico después del alta. Se excluyeron aquellas que fueron dadas de alta por transferencia, que fallecieron o que no tenían condiciones cognitivas. Los datos fueron recopilados entre marzo y julio de 2021, mediante cuestionario sociodemográfico y clínico, así como también el Care Transitions Measure-15. Se aplicó análisis estadístico descriptivo e inferencial.

Resultados

El promedio general del Care Transitions Measure-15 fue considerado satisfactorio (71,8±7,45). El factor Preferencias Aseguradas obtuvo el mayor promedio (80,5± 9,84) y el factor Plan de Cuidados, el menor (57,5± 11,4). Se encontraron diferencias estadísticas significativas cuando se asociaron los factores del CTM-15 con las variables clínicas tiempo de enfermedad crónica (p<0,03), presencia de artefacto clínico (p<0,040), uso de medicación continua (p<0,029). La reinternación tuvo una diferencia significativa en los factores Preparación para la Autogestión (p<0,045), Preferencias Aseguradas (p<0,027) y Plan de Cuidados (p<0,032).

Conclusión

Los pacientes hospitalizados por COVID-19 evaluaron la TC general como satisfactoria. Las variables clínicas tiempo de enfermedad crónica, artefacto clínico, medicación continua y reinternación interfirieron en la TC de estos pacientes.

Continuidad de la atención al paciente; COVID-19; Infecciones por coronavirus; Alta del paciente; Transferencia de pacientes

Abstract

Objective

To analyze care transition (CT) and its relationship with the clinical characteristics of patients admitted to hospital due to COVID-19.

Methods

This is a cross-sectional study, carried out in a general hospital, with 165 patients admitted to hospital due to COVID-19 and who were discharged home. Participants were those who had been admitted to hospital for at least 24 hours, over 18 years of age, with telephone access after discharge. Those who were discharged by transfer, who died or those without cognitive conditions were excluded. Data collected between March and July 2021, using a sociodemographic and clinical questionnaire as well as Care Transitions Measure-15. Descriptive and inferential statistical analysis was applied.

Results

The overall mean of Care Transitions Measure-15 was considered satisfactory (71.8±7.45). The Important preferences factor obtained the highest mean (80.5± 9.84) and the Care Plan factor the lowest (57.5± 11.4). Significant statistical differences were found when the CTM-15 factors were associated with the clinical variables: duration of chronic disease (p<0.03); presence of clinical artifact (p<0.040); use of continuous medication (p<0.029). Readmission had a significant difference in the factors Health management preparation (p<0.045), Important preferences (p<0.027) and Care plan (p<0.032).

Conclusion

Patients admitted to hospital due to COVID-19 assessed the general CT as satisfactory and the clinical variables, length of chronic illness, clinical artifact, continuous medication and readmission interfered in the CT of these patients.

Continuity of patient care; COVID-19; Coronavirus infections; Patient discharge; Patient transfer

Introdução

O contexto pandêmico causado pelo novo Coronavírus SARS-COV-2 (COVID-19), fez com que os sistemas de saúde precisassem ser reajustados rapidamente para enfrentamento de uma doença com alto poder de transmissibilidade.(11. Medina MG, Giovanella L, Bousquat A, Mendonça MH, Aquino R. Atenção primária à saúde em tempos de COVID-19: o que fazer? Cad Saúde Pública. 2020;36(8):e00149720.) O vírus, cujo epicentro foi na cidade chinesa de Wuhan, em dezembro de 2019, fez com que a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarasse em 30 de janeiro de 2020 estado de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), devido à rápida disseminação do mesmo.(22. World Health Organization (WHO). Statement on the second meeting of the International Health Regulations (2005) Emergency Committee regarding the outbreak of novel coronavirus (2019- nCoV). Geneva: WHO; 2020 [cited 2021 Sep 15]. Available from: https://www.who.int/news/item/30-01-2020-statement-on-the-second-meeting-of-the-international-health-regulations-(2005)-emergency-committee-regarding-the-outbreak-of-novel-coronavirus-(2019-ncov)
https://www.who.int/news/item/30-01-2020...
)

Desde então, as novas demandas assistenciais têm resultado na sobrecarga de unidades hospitalares bem como na exaustão dos profissionais de saúde.(33. Teixeira CF, Soares SM, Souza EA, Lisboa ES, Pinto IC, Andrade LR, et al. A saúde dos profissionais de saúde no enfrentamento da pandemia de Covid-19. Cien Saude Colet. 2020;25(9):3465-74.) Tais condições refletem negativamente na qualidade da assistência prestada a um amplo grupo de pacientes que possuem necessidades diferenciadas após a alta hospitalar, tendo em vista a ausência de atendimento presencial em saúde devido à necessidade de isolamento contínuo.(44. Loerinc LB, Scheel AM, Evans ST, Shabto JM, O’Keefe GA, O’Keefe JB. Discharge characteristics and care transitions of hospitalized patients with COVID-19. Healthc (Amst). 2021;9(1):100512.) Além disso, parte dos pacientes infectados pelo COVID-19 podem evoluir para estado grave da doença e adquirir sequelas com as quais os mesmos precisarão conviver por algum período de tempo.(55. Estrela MC, Oliveira MH, Souza NC, Estrela CR. Covid-19: sequelas fisiopatológicas e psicológicas nos pacientes e na equipe profissional multidisciplinar/ Covid-19: physiopathological and psychological sequels in patients and in the multidisciplinar professional team. Braz J Develop. 2021;7(6):59138-52.) Sendo assim, destaca-se a importância da continuidade dos cuidados como forma de prevenir reinternações, após a hospitalização por COVID-19.(66. Atalla E, Kalligeros M, Giampaolo G, Mylona EK, Shehadeh F, Mylonakis E. Readmissions among patients with COVID-19. Int J Clin Pract. 2021;75(3):e13700.)

Nesse sentido, a transição do cuidado (TC) constitui-se de ações que objetivam a continuidade dos cuidados em saúde na transferência entre diferentes serviços e locais,(77. Coleman EA, Boult C; American Geriatrics Society Health Care Systems Committee. Improving the quality of transitional care for persons with complex care needs. J Am Geriatr Soc. 2003;51(4):556-7.) tem a sua importância destacada no cenário atual ao beneficiar tanto os pacientes como o sistema de saúde como um todo,(44. Loerinc LB, Scheel AM, Evans ST, Shabto JM, O’Keefe GA, O’Keefe JB. Discharge characteristics and care transitions of hospitalized patients with COVID-19. Healthc (Amst). 2021;9(1):100512.) isso porque transições efetivas resultam tanto na melhoria da qualidade assistencial, como na diminuição de reinternações desnecessárias e redução de custos para o sistema de saúde.(88. Acosta AM, Lima MA, Pinto IC, Weber LA. Care transition of patients with chronic diseases from the discharge of the emergency service to their homes. Rev Gaucha Enferm. 2020;41(Spe):e20190155.)

Sabe-se que os pacientes que recebem alta hospitalar necessitam de acompanhamento contínuo em saúde e de um plano de cuidados realizado pela equipe responsável pela sua alta.(44. Loerinc LB, Scheel AM, Evans ST, Shabto JM, O’Keefe GA, O’Keefe JB. Discharge characteristics and care transitions of hospitalized patients with COVID-19. Healthc (Amst). 2021;9(1):100512.)Porém, estudos evidenciam fragilidades no planejamento dos cuidados na alta(88. Acosta AM, Lima MA, Pinto IC, Weber LA. Care transition of patients with chronic diseases from the discharge of the emergency service to their homes. Rev Gaucha Enferm. 2020;41(Spe):e20190155.,99. Rodrigues CD, Lorenzini E, Onwuegbuzie AJ, Oelke ND, Garcia CF, Malkiewiez MM, et al. Care transition from the perspectives of oncological patients and the multiprofessional care team: a mixed methods study. Cancer Nurs. 2022 Dec 1.) o que resulta na fragilidade da TC. A equipe multiprofissional, e em especial, o enfermeiro, é responsável por adotar estratégias que facilitem a TC, tais como: planejamento de alta; acompanhamento ambulatorial; monitoramento e gerenciamento de sintomas após a alta; educação e promoção do autogerenciamento; segurança das medicações; organização, clareza e disponibilidade em tempo hábil de informações; e comunicação e coordenação do cuidado entre membros da equipe de saúde.(1010. Alievi MF, Loro MM, Lorenzini E, Flôres GC, Domenico EB, Kolankiewicz AC. Transition of care for stomatic patients:convergent care research contributions. Rev Pesq Cuid Fundam. 2022;14:e11631.) Sendo assim, é preciso que a atuação dos enfermeiros na coordenação da TC seja fortalecida.(88. Acosta AM, Lima MA, Pinto IC, Weber LA. Care transition of patients with chronic diseases from the discharge of the emergency service to their homes. Rev Gaucha Enferm. 2020;41(Spe):e20190155.)

Um estudo realizado com enfermeiros de unidades de internação clínica identificou que a maioria deles não realizava acompanhamento após a alta do hospital. Na perspectiva desses profissionais, os principais desafios para realizar a TC são as fragilidades na articulação entre os serviços de saúde para encaminhamento dos pacientes para a atenção primária à saúde (APS), comunicação inadequada entre a equipe de saúde, pouca formação em serviço e falta de protocolos que auxiliem os profissionais.(1111. Acosta AM, Câmara CE, Weber LA, Fontanele RM. Nurse’s activities in care transition: realities and challenges. Rev Enfer UFPE Online. 2018;12(12):3190.)

Estudo clínico randomizado realizado na China observou que pacientes hospitalizados por COVID-19 e que receberam cuidados transitórios tiveram melhora clínica de seus sintomas quando comparados com os pacientes que receberam cuidados habituais, além da diminuição do tempo de internação.(1212. Sun L, Li B, Li J, Hu C. Influence of transitional care on the clinical manifestations among patients with COVID-19: a single-center, double-blinded, randomized survey. Exp Ther Med. 2022;25(1):16.) Entretanto, no Brasil ainda são incipientes as estratégias de TC utilizadas pelos profissionais de saúde, sendo necessário mais estudos que reforçam a importância da temática no âmbito das ações em saúde,(1010. Alievi MF, Loro MM, Lorenzini E, Flôres GC, Domenico EB, Kolankiewicz AC. Transition of care for stomatic patients:convergent care research contributions. Rev Pesq Cuid Fundam. 2022;14:e11631.) bem como, identificar como ocorre a TC, do hospital para o domicílio.

Portanto, justifica-se esta pesquisa pela incipiência de estudos que abordem a TC no Brasil e principalmente na perspectiva de pacientes internados por COVID-19, bem como, a identificação das variáveis clínicas que interferem neste processo. A identificação dessas variáveis pode ajudar a desenvolver estratégias eficazes para melhorar a qualidade da TC e reduzir a reinternação.

Frente ao exposto, a questão norteadora deste estudo é: como se dá a TC de pacientes hospitalizados por COVID-19 do hospital para a comunidade e qual sua relação com as características clínicas? Para tanto, o objetivo geral foi analisar a transição do cuidado e sua relação com as características clínicas de pacientes internados por COVID-19.

Métodos

Trata-se de um estudo transversal realizado em uma Unidade de Internação Clínica COVID-19 de um hospital geral da região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, que conta com 126 leitos de internação, com taxa de ocupação hospitalar que varia entre 83 a 87% mensal.

Foram elegíveis para o estudo, pacientes internados com diagnóstico médico de COVID-19 com registro no prontuário, idade igual ou superior a 18 anos, com tempo de hospitalização de pelo menos 24 horas e acesso telefônico após alta hospitalar. Excluídos pacientes transferidos para outro hospital ou aqueles que evoluíram a óbito, bem como os que, sob avaliação da pesquisadora, não tivessem condições físicas e/ou psicológicas para responder os questionários. A seleção dos participantes foi por amostragem consecutiva.

Primeiramente, foram explanados os objetivos do estudo e feito o convite para participar. Após o aceite, assinaram o TCLE em duas vias, de igual teor, e responderam um questionário sobre questões sociodemográficas, elaborado pelas pesquisadoras. O instrumento foi aplicado ao paciente ou familiar por uma enfermeira mestranda, durante a internação hospitalar, à beira leito. Em seguida, foram coletados dados do prontuário tais como: data de internação, presença de artefatos clínicos, uso de medicação contínua, se reinternou em 30 dias. Os participantes do estudo foram informados de que receberiam uma ligação telefônica entre sete e trinta dias após a alta, para responder ao Care Transition Mensure-15 (CTM-15), instrumento que mensura a qualidade da TC da alta hospitalar para o domicílio ou entre os diferentes serviços, na perspectiva do paciente e ou familiar/cuidador. É um questionário que pode ser aplicado por telefone(1313. Coleman EA, Mahoney, Parry C. Assessing the quality of preparation for posthospital care from the patient’s perspective the care transitions measure. Medical Care. 2005;43(3):246-55.) e, recentemente, foi validado para uso no Brasil.(1414. Acosta AM, Lima MA, Marques GQ, Levandovski PF, Weber LA. Brazilian version of the Care Transitions Measure: translation and validation. Int Nurs Rev. 2017;64(3):379-87.)

O CTM-15 contempla 15 questões, divididas em quatro fatores: “Preparação para autogerenciamento”, que refere-se ao preparo do paciente e sua família para o autogerenciamento da saúde no domicílio após a alta; “Entendimento sobre medicações”, que corresponde a compreensão do paciente e sua família acerca do uso adequado das medicações após a alta hospitalar; “Preferências asseguradas”, que diz respeito sobre a consideração pela equipe das opiniões e preferências dos pacientes em relação ao seu tratamento; e por último, “Plano de cuidado”, que refere-se a valorização de um plano de cuidados, consultas ou exames para serem realizados após a alta.(88. Acosta AM, Lima MA, Pinto IC, Weber LA. Care transition of patients with chronic diseases from the discharge of the emergency service to their homes. Rev Gaucha Enferm. 2020;41(Spe):e20190155.,1010. Alievi MF, Loro MM, Lorenzini E, Flôres GC, Domenico EB, Kolankiewicz AC. Transition of care for stomatic patients:convergent care research contributions. Rev Pesq Cuid Fundam. 2022;14:e11631.)

O instrumento é avaliado por uma escala de cinco pontos: Não sei/não me lembro/não se aplica = 0; Discordo totalmente = 1 ponto; Discordo = 2 pontos; Concordo = 3 pontos; Concordo totalmente = 4 pontos. A partir da resposta do participante é atribuída uma pontuação, e para calcular as médias, aplica-se uma fórmula que transforma os resultados obtidos em escores de 0 a 100.(1515. Weber LA, Lima MA, Acosta AM. Quality of care transition and its association with hospital readmission. Aquichan. 2019;19:e1945.) Escores mais altos indicam melhor qualidade das TC. Ainda que não exista um ponto de corte, os autores consideram como satisfatório escores iguais ou superiores a 70.(1414. Acosta AM, Lima MA, Marques GQ, Levandovski PF, Weber LA. Brazilian version of the Care Transitions Measure: translation and validation. Int Nurs Rev. 2017;64(3):379-87.)

A coleta dos dados foi realizada entre março a outubro de 2021. Os dados coletados inicialmente foram digitados duplamente para avaliar inconsistências e fazer correções. Após foram processados e analisados pelo programa Statistical Package for Social Science, versão 21.0, aplicando-se estatística descritiva e inferencial. Foi realizada comparação das variáveis contínuas entre dois grupos independentes através do teste t-Student e, quando foram envolvidos três ou mais grupos independentes, a comparação ocorreu pela análise de Variância - ANOVA (One Way) – Post Hoc Tukey (grupo independentes de tamanhos semelhantes) ou Scheffé (grupo independentes de tamanhos muito diferentes e/ou heterogeneidade de variâncias).

Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob parecer consubstanciado no número 4.479.127 (Certificado de Apresentação de Apreciação Ética: 38915820.1.0000.5350) do dia 21 de dezembro de 2020 e respeitou todos os preceitos éticos, conforme rege a legislação brasileira.

Resultados

Participaram do estudo 165 pacientes, sendo que destes 56,4% (93) eram do sexo masculino, 81,8% (135) eram brancos, 73,3% (121) eram casados ou estavam em união estável. Quanto à escolaridade 49,1% (81) possuíam ensino fundamental incompleto (Tabela 1).

Tabela 1
Caracterização sociodemográfica de pacientes internados por COVID em um hospital geral (n=165)

Quanto à avaliação da TC, a média geral do CTM-15 foi considerada satisfatória (71,8±7,45). O fator Preferências Asseguradas obteve maior média (80,5± 9,84) e o fator Plano de Cuidados obteve a menor (57,5± 11,4) (Tabela 2).

Tabela 2
Medidas de tendência central e de variabilidade para os fatores do instrumento CTM-15

As características clínicas dos pacientes foram comparadas com os fatores do CTM-15 (Tabela 4). Ao comparar o tempo de internação dos pacientes, não houve diferença estatística entre os grupos. Entretanto, ao comparar o número de internações no último ano, evidenciou-se diferença estatística no fator Entendimento sobre Medicações (p<0,029), sendo que os pacientes com quatro ou mais internações apresentaram menores médias. Quanto à presença de artefato clínico pós alta, o fator Preferências Asseguradas apresentou diferença estatística entre os grupos (p<0,040). Quanto a reinternação, houve diferença significativa nos fatores Preparação para o Autogerenciamento (p<0,045), Preferências Asseguradas (p<0,027) e Plano de Cuidados (p<0,032). Não houve diferença estatística ao se comparar os que possuíam ou não DCNT, mas em contrapartida o tempo de DCNT apresentou p<0,03 no fator Plano de Cuidados (Tabela 3).

Tabela 3
Média e desvio padrão dos fatores do CTM-15 segundo as características clínicas dos pacientes com COVID-19

Discussão

Os resultados do estudo indicam que a qualidade da TC geral percebida pelos pacientes hospitalizados por COVID-19 foi considerada satisfatória (71,8). Os fatores com maiores escores foram “Preferências Asseguradas” e “Preparação para o autogerenciamento” e menor média no fator “Plano de Cuidados”. As variáveis clínicas com diferenças estatísticas foram: tempo de diagnóstico de doença crônica, uso de artefato clínico pós alta, uso de medicação contínua e reinternação em 30 dias. Houve também diferença estatística relacionada ao uso de estratégias de TC a esses pacientes.

A literatura aponta que ser portador de doenças crônicas representa um fator de risco alto para agravamento dos sintomas e necessidade de hospitalização em pacientes COVID-19.(1616. Istituto Superiore Di Sanità. Characteristics of SARS-CoV-2 patients dying in Italy. Report based on available data on September 7th, 2020. Roma: EpiCentro; 2020 [cited 2021 Set 15]. Available from: https://www.epicentro.iss.it/en/coronavirus/bollettino/Report-COVID-2019_7_september_2020.pdf
https://www.epicentro.iss.it/en/coronavi...
,1717. Cavalcanti PM, Monteiro AF, Nascimento AP, Araújo LG, Cavalcante ML, Rodrigues RC. Coronavírus: uma revisão histórica e bibliográfica. Rev Interd Saúde. 2020;7(1):1696-710.) Em nosso estudo, vimos que a maioria dos pacientes internados (77,6%) possuíam pelo menos uma doença crônica, o que corrobora com os autores supracitados.

Verificou-se também que aqueles que possuíam diagnóstico de doença há mais tempo, avaliaram negativamente o fator Plano de Cuidados comparado com aqueles com menos tempo de doença, o que pode estar relacionado com o fato de que há maior autogerenciamento do processo de saúde-doença daqueles que já convivem com a doença a mais tempo e, portanto, exigem mais do plano assistencial. Ademais, o paciente com doença crônica ou condição crônica necessita aprender sobre a sua doença e autogerenciar o seu cuidado, sendo este um processo que se estende ao longo do tempo.(1818. Chan SW. Chronic disease management, self-efficacy and quality of life. J Nurs Res. 2021;29(1):e129.)

Além disso, um estudo identificou influência positiva do tempo diagnóstico no processo de autocuidado de paciente com doença crônica.(1919. Brevidelli MM, Oliveira AB, Rodrigues GV, Gamba MA, Domenico EB. Fatores sociodemográficos, clínicos e psicossociais correlacionados ao autocuidado em diabetes. Rev Cuidarte. 2021;12(2):e2057.) Estudo que identificou as experiências de pacientes crônicos internados aponta a necessidade dos profissionais de saúde compreenderem o histórico do paciente, a fim identificar suas reais necessidades em saúde para definição de um plano assistencial,(2020. Kuluski K, Hoang SN, Schaink AK, Alvaro C, Lyons RF, Tobias R, et al. The care delivery experience of hospitalized patients with complex chronic disease. Health Expect. 2013;16:e111–23.) dessa forma, valoriza-se o cuidado centrado ao paciente e as suas necessidades individuais.

Atrelada à presença de comorbidades está a necessidade de medicação contínua. No estudo em tela, cerca de 60,6% dos participantes faziam uso contínuo de algum medicamento. Além disso, observou-se diferença estatística significativa entre grupos no fator “Entendimento sobre Medicações” que constatou que aqueles que as usam continuamente estavam insatisfeitos com as orientações referentes às medicações prescritas.

Estudo realizado com pacientes hospitalizados e que receberam alta hospitalar com no mínimo um medicamento prescrito na alta, mostrou que apenas 29% dos entrevistados receberam instruções do médico quanto ao uso dos medicamentos, o que interfere negativamente na compreensão dos mesmos quanto ao tratamento proposto.(2121. Feitosa GG, Coelho JL, Santana WJ, Mendes RC, Saraiva SE, Rangel FE. Nível de Compreensão de Pacientes Internados em um Hospital da Região Metropolitana do Cariri-CE sobre os Medicamentos Prescritos na Alta Hospitalar. Id on Line Rev Mult Psic. 2020;14(49):412-26.) Essa falta de informação e compreensão podem gerar lacunas no conhecimento do paciente e culminar na baixa adesão a farmacoterapia.(2222. Lupatini EO, Munck AK, Bastos RR, Vieira RC. Conhecimento dos pacientes de um hospital de ensino a respeito dos medicamentos prescritos na alta. HU Rev 2016;42(4):315-22.)

Pacientes que receberam alta hospitalar acompanhado do uso de artefatos clínicos avaliaram melhor o fator Preferências Asseguradas comparados com aqueles que não utilizavam, o que pode estar relacionado com o fato de que esses pacientes recebem mais orientações quanto ao manejo correto desses dispositivos no domicílio, bem como onde recorrer caso necessitem de auxílio. Segundo a literatura, os pacientes em uso de dispositivos clínicos após alta hospitalar necessitam receber informações adequadas sobre o cuidado com dispositivos clínicos e qual serviço de saúde procurar em caso de intercorrências.(2323. Lima AC. Mentoria das orientações aos pacientes de alta hospitalar em uso de dispositivos invasivos em uma unidade de clínica cirúrgica. Enfermagem Promoção e Prevenção da Saúde. Paraná: Científica Digital; 2022. pp.134-50.)

Quanto à necessidade de reinternação em decorrência da doença, as taxas são baixas, porém quando ocorrem, relacionam-se a causas respiratórias e ao prolongamento dos sintomas da doença.(2424. Huang CW, Desai PP, Wei KK, Liu IA, Lee JS, Nguyen HQ. Characteristics of patients discharged and readmitted after COVID-19 hospitalisation within a large integrated health system in the United States. Infect Dis (Lond). 2021;53(10):800-4.) Além disso, revisão sistemática com meta análise concluiu que reinternações de pacientes COVID-19 são mais comuns em pacientes com múltiplas comorbidades.(2525. Subramaniam A, Lim ZJ, Reddy MP, Shekar K. Revisão sistemática e meta-análise das características e resultados dos sobreviventes readmitidos do COVID-19. Inter Med J. 2021;51(11):1773-80. Review.) Essas evidências corroboram com o presente estudo, visto que apenas 3,6% da amostra reinternou no período de 30 dias e 80% apresentavam DCNT.

Ademais, tal variável apresentou diferença estatística ao demonstrar que aqueles que reinternaram perceberam a preparação para o autogerenciamento e as preferências asseguradas de forma negativa quando comparado com aquelas que não foram readmitidos no hospital. Estudo observou debilidades no planejamento de alta e na inclusão do paciente/cuidador pela equipe de saúde pela desconsideração das preferências dos usuários na realização do plano de cuidados.(2626. Valente SH, Zacharias FC, Fabriz LA, Schönholzer TE, Ferro D, Tomazela M, et al. Transition of elder care from hospital to home: nursing experience. Acta Paul Enferm. 2022;35:eAPE02687.) Nesse sentido, é importante capacitar e envolver o paciente e familiar no processo de planejamento da alta, ao identificar e determinar em conjunto quais as necessidades individuais para o retorno ao domicílio.(2626. Valente SH, Zacharias FC, Fabriz LA, Schönholzer TE, Ferro D, Tomazela M, et al. Transition of elder care from hospital to home: nursing experience. Acta Paul Enferm. 2022;35:eAPE02687.) Ademais, as informações quando são compartilhadas promovem autonomia e adesão ao tratamento por parte do usuário.(99. Rodrigues CD, Lorenzini E, Onwuegbuzie AJ, Oelke ND, Garcia CF, Malkiewiez MM, et al. Care transition from the perspectives of oncological patients and the multiprofessional care team: a mixed methods study. Cancer Nurs. 2022 Dec 1.)

Quanto a idade, foi identificado que a maioria dos pacientes internados por COVID-19 (71%) eram adultos, perfil esse que vai de encontro a estudo brasileiro que identificou mudança na faixa etária dos pacientes internados em 2020, dos quais predominava o público idoso, comparado aos internados em 2021, onde 59% dos internados tinham menos de 60 anos.(2727. Silva LP. Alteração do perfil de pacientes internados por COVID-19 no Vale do Paranhana-RS. Rev Eletr Acervo Saúde. 2022;15(4):e9769.)

Pesquisa realizada na Espanha com pacientes que necessitaram de hospitalização por COVID-19 apontou a frequência elevada da presença de sintomas respiratórios, sistêmicos, neurológicos e dermatológicos após 6 meses da alta hospitalar que se associaram à alta procura dos serviços de emergência, readmissões hospitalares e mortes após alta. Nesse sentido, os autores destacam a necessidade de estratégias de acompanhamento e atendimento individualizado em serviços de atenção primária a fim de evitar desfechos negativos.(2828. Romero-Duarte Á, Rivera-Izquierdo M, Guerrero-Fernández de Alba I, Pérez-Contreras M, Fernández-Martínez NF, Ruiz-Montero R, et al. Sequelae, persistent symptomatology and outcomes after COVID-19 hospitalization: the ANCOHVID multicentre 6-month follow-up study. BMC Med. 2021;19(1):129.)

Pesquisa realizada na Inglaterra com profissionais da atenção primária identificou que a entrega do sumário de alta diretamente para o paciente é uma prática salutar que proporciona ao usuário uma maior autonomia, inclusão, compreensão, transparência de comunicação, além de auxiliar como um lembrete, a exemplo das medicações que são prescritas.(2929. Weetman K, Dale J, Spencer R, Scott E, Schnurr S. GP perspectives on hospital discharge letters: an interview and focus group study. BJGP Open. 2020;4(2):bjgpopen20X101031.) Ainda, o contato telefônico entre diferentes equipes envolvidas nos cuidados dos pacientes é visto como um desafio devido às variadas demandas de trabalho que muitas vezes não possibilitam que os mesmos estejam disponíveis ao mesmo tempo para que seja realizada a transferência de cuidados.(3030. Moraes KB, Riboldi CO, Silva KS, Maschio J, Stefani LP, Tavares JP. Transferência do cuidado de pacientes com baixo risco de mortalidade no pós-operatório: relato de experiência. Rev Gaúcha Enferm, 2019;40(Esp):e20180398.)

Quanto às limitações deste estudo, aponta-se o seu delineamento pois estudos transversais demonstram o diagnóstico da realidade, suas associações, mas não indicam a causa e efeito. Além disso, o estudo foi realizado somente em um hospital, o que pode não generalizar os dados.

Sugere-se novos estudos com outras abordagens metodológicas a fim de compreender estes achados, bem como fazer testes com intervenções pautadas em evidências.

Conclusão

Os pacientes hospitalizados por COVID-19 avaliaram a TC geral como satisfatória. Observou-se que o fator Preferências Asseguradas obteve a maior média, enquanto o fator Plano de Cuidados obteve a menor média, em concordância com outros estudos realizados anteriormente, o que demonstra a necessidade da equipe de saúde aprimorar suas estratégias quanto ao planejamento dos cuidados na alta hospitalar, reforçando as orientações necessárias ao paciente e familiar. Ainda, verificou-se que as variáveis clínicas tais como presença de doenças crônicas, uso de medicações contínuas, dispositivos clínicos e reinternação em 30 dias interferiram na TC dos pacientes internados pela COVID-19.

Referências

  • 1
    Medina MG, Giovanella L, Bousquat A, Mendonça MH, Aquino R. Atenção primária à saúde em tempos de COVID-19: o que fazer? Cad Saúde Pública. 2020;36(8):e00149720.
  • 2
    World Health Organization (WHO). Statement on the second meeting of the International Health Regulations (2005) Emergency Committee regarding the outbreak of novel coronavirus (2019- nCoV). Geneva: WHO; 2020 [cited 2021 Sep 15]. Available from: https://www.who.int/news/item/30-01-2020-statement-on-the-second-meeting-of-the-international-health-regulations-(2005)-emergency-committee-regarding-the-outbreak-of-novel-coronavirus-(2019-ncov)
    » https://www.who.int/news/item/30-01-2020-statement-on-the-second-meeting-of-the-international-health-regulations-(2005)-emergency-committee-regarding-the-outbreak-of-novel-coronavirus-(2019-ncov)
  • 3
    Teixeira CF, Soares SM, Souza EA, Lisboa ES, Pinto IC, Andrade LR, et al. A saúde dos profissionais de saúde no enfrentamento da pandemia de Covid-19. Cien Saude Colet. 2020;25(9):3465-74.
  • 4
    Loerinc LB, Scheel AM, Evans ST, Shabto JM, O’Keefe GA, O’Keefe JB. Discharge characteristics and care transitions of hospitalized patients with COVID-19. Healthc (Amst). 2021;9(1):100512.
  • 5
    Estrela MC, Oliveira MH, Souza NC, Estrela CR. Covid-19: sequelas fisiopatológicas e psicológicas nos pacientes e na equipe profissional multidisciplinar/ Covid-19: physiopathological and psychological sequels in patients and in the multidisciplinar professional team. Braz J Develop. 2021;7(6):59138-52.
  • 6
    Atalla E, Kalligeros M, Giampaolo G, Mylona EK, Shehadeh F, Mylonakis E. Readmissions among patients with COVID-19. Int J Clin Pract. 2021;75(3):e13700.
  • 7
    Coleman EA, Boult C; American Geriatrics Society Health Care Systems Committee. Improving the quality of transitional care for persons with complex care needs. J Am Geriatr Soc. 2003;51(4):556-7.
  • 8
    Acosta AM, Lima MA, Pinto IC, Weber LA. Care transition of patients with chronic diseases from the discharge of the emergency service to their homes. Rev Gaucha Enferm. 2020;41(Spe):e20190155.
  • 9
    Rodrigues CD, Lorenzini E, Onwuegbuzie AJ, Oelke ND, Garcia CF, Malkiewiez MM, et al. Care transition from the perspectives of oncological patients and the multiprofessional care team: a mixed methods study. Cancer Nurs. 2022 Dec 1.
  • 10
    Alievi MF, Loro MM, Lorenzini E, Flôres GC, Domenico EB, Kolankiewicz AC. Transition of care for stomatic patients:convergent care research contributions. Rev Pesq Cuid Fundam. 2022;14:e11631.
  • 11
    Acosta AM, Câmara CE, Weber LA, Fontanele RM. Nurse’s activities in care transition: realities and challenges. Rev Enfer UFPE Online. 2018;12(12):3190.
  • 12
    Sun L, Li B, Li J, Hu C. Influence of transitional care on the clinical manifestations among patients with COVID-19: a single-center, double-blinded, randomized survey. Exp Ther Med. 2022;25(1):16.
  • 13
    Coleman EA, Mahoney, Parry C. Assessing the quality of preparation for posthospital care from the patient’s perspective the care transitions measure. Medical Care. 2005;43(3):246-55.
  • 14
    Acosta AM, Lima MA, Marques GQ, Levandovski PF, Weber LA. Brazilian version of the Care Transitions Measure: translation and validation. Int Nurs Rev. 2017;64(3):379-87.
  • 15
    Weber LA, Lima MA, Acosta AM. Quality of care transition and its association with hospital readmission. Aquichan. 2019;19:e1945.
  • 16
    Istituto Superiore Di Sanità. Characteristics of SARS-CoV-2 patients dying in Italy. Report based on available data on September 7th, 2020. Roma: EpiCentro; 2020 [cited 2021 Set 15]. Available from: https://www.epicentro.iss.it/en/coronavirus/bollettino/Report-COVID-2019_7_september_2020.pdf
    » https://www.epicentro.iss.it/en/coronavirus/bollettino/Report-COVID-2019_7_september_2020.pdf
  • 17
    Cavalcanti PM, Monteiro AF, Nascimento AP, Araújo LG, Cavalcante ML, Rodrigues RC. Coronavírus: uma revisão histórica e bibliográfica. Rev Interd Saúde. 2020;7(1):1696-710.
  • 18
    Chan SW. Chronic disease management, self-efficacy and quality of life. J Nurs Res. 2021;29(1):e129.
  • 19
    Brevidelli MM, Oliveira AB, Rodrigues GV, Gamba MA, Domenico EB. Fatores sociodemográficos, clínicos e psicossociais correlacionados ao autocuidado em diabetes. Rev Cuidarte. 2021;12(2):e2057.
  • 20
    Kuluski K, Hoang SN, Schaink AK, Alvaro C, Lyons RF, Tobias R, et al. The care delivery experience of hospitalized patients with complex chronic disease. Health Expect. 2013;16:e111–23.
  • 21
    Feitosa GG, Coelho JL, Santana WJ, Mendes RC, Saraiva SE, Rangel FE. Nível de Compreensão de Pacientes Internados em um Hospital da Região Metropolitana do Cariri-CE sobre os Medicamentos Prescritos na Alta Hospitalar. Id on Line Rev Mult Psic. 2020;14(49):412-26.
  • 22
    Lupatini EO, Munck AK, Bastos RR, Vieira RC. Conhecimento dos pacientes de um hospital de ensino a respeito dos medicamentos prescritos na alta. HU Rev 2016;42(4):315-22.
  • 23
    Lima AC. Mentoria das orientações aos pacientes de alta hospitalar em uso de dispositivos invasivos em uma unidade de clínica cirúrgica. Enfermagem Promoção e Prevenção da Saúde. Paraná: Científica Digital; 2022. pp.134-50.
  • 24
    Huang CW, Desai PP, Wei KK, Liu IA, Lee JS, Nguyen HQ. Characteristics of patients discharged and readmitted after COVID-19 hospitalisation within a large integrated health system in the United States. Infect Dis (Lond). 2021;53(10):800-4.
  • 25
    Subramaniam A, Lim ZJ, Reddy MP, Shekar K. Revisão sistemática e meta-análise das características e resultados dos sobreviventes readmitidos do COVID-19. Inter Med J. 2021;51(11):1773-80. Review.
  • 26
    Valente SH, Zacharias FC, Fabriz LA, Schönholzer TE, Ferro D, Tomazela M, et al. Transition of elder care from hospital to home: nursing experience. Acta Paul Enferm. 2022;35:eAPE02687.
  • 27
    Silva LP. Alteração do perfil de pacientes internados por COVID-19 no Vale do Paranhana-RS. Rev Eletr Acervo Saúde. 2022;15(4):e9769.
  • 28
    Romero-Duarte Á, Rivera-Izquierdo M, Guerrero-Fernández de Alba I, Pérez-Contreras M, Fernández-Martínez NF, Ruiz-Montero R, et al. Sequelae, persistent symptomatology and outcomes after COVID-19 hospitalization: the ANCOHVID multicentre 6-month follow-up study. BMC Med. 2021;19(1):129.
  • 29
    Weetman K, Dale J, Spencer R, Scott E, Schnurr S. GP perspectives on hospital discharge letters: an interview and focus group study. BJGP Open. 2020;4(2):bjgpopen20X101031.
  • 30
    Moraes KB, Riboldi CO, Silva KS, Maschio J, Stefani LP, Tavares JP. Transferência do cuidado de pacientes com baixo risco de mortalidade no pós-operatório: relato de experiência. Rev Gaúcha Enferm, 2019;40(Esp):e20180398.

Editado por

Editor Associado (Avaliação pelos pares): Juliana de Lima Lopes (https://orcid.org/0000-0001-6915-6781) Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
Conflitos de interesse: nada a declarar.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    04 Mar 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    25 Jan 2023
  • Aceito
    5 Out 2023
Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo R. Napoleão de Barros, 754, 04024-002 São Paulo - SP/Brasil, Tel./Fax: (55 11) 5576 4430 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: actapaulista@unifesp.br