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Autogestão ineficaz de linfedema em mulheres mastectomizadas: análise de conceito

Autogestión ineficaz de linfedema en mujeres mastectomizadas: análisis de concepto

Resumo

Objetivo

Analisar o conceito de “autogestão ineficaz do linfedema” em mulheres mastectomizadas.

Métodos

Trata-se de uma análise do conceito proposto por Walker e Avant operacionalizada por meio de uma revisão integrativa da literatura, organizada em oito etapas e baseada nas seguintes questões norteadoras: Qual é a definição de autogestão ineficaz em mulheres mastectomizadas? Quais os antecedentes, atributos e consequências da autogestão ineficaz em mulheres mastectomizadas? Como a autogestão ineficaz de linfedema tem sido definida no contexto de mulheres que passaram por mastectomia? A busca de artigos foi realizada em cinco bases de dados eletrônicas, sem limite de data, no período de julho de 2022 a fevereiro de 2023.

Resultados

Foram identificados 30 antecedentes e 19 consequentes; os mais frequentes entre eles foram respectivamente os seguintes: falta de apoio familiar/social e diminuição da qualidade de vida. Os atributos definidores mais frequentemente identificados foram os seguintes: edema, inchaço no braço, sensação de peso no membro, dor, dormência e diminuição da função do membro. Foram ainda elaborados os casos modelo e contrário para auxiliar na decisão sobre o uso do conceito.

Conclusão

Os conceitos resultantes da análise contribuem para clarificar os termos e o desenvolvimento da linguagem na enfermagem, devendo ser validados por juízes e prática clínica para melhor aplicação na oncologia clínica.

Linfedema; Mastectomia; Neoplasias da mama; Autocuidado; Autogestão

Resumen

Objetivo

Analizar el concepto de “autogestión ineficaz de linfedema” en mujeres mastectomizadas.

Métodos

Se trata de un análisis del concepto propuesto por Walker y Avant, realizado mediante una revisión integradora de la literatura, organizado en ocho etapas y basado en las siguientes preguntas orientadoras: ¿Cuál es la definición de autogestión ineficaz en mujeres mastectomizadas? ¿Cuáles son los antecedentes, atributos y consecuencias de la autogestión ineficaz en mujeres mastectomizadas? ¿Cómo se define la autogestión ineficaz de linfedema en el contexto de mujeres que pasaron por una mastectomía? La búsqueda de artículos fue realizada en cinco bases de datos electrónicas, sin límite de fecha, en el período de julio de 2022 a febrero de 2023.

Resultados

Se identificaron 30 antecedentes y 19 consecuentes. El antecedente más frecuente fue falta de apoyo familiar/social y el consecuente, reducción de la calidad de vida. Los atributos definidores identificados más frecuentemente fueron los siguientes: edema, hinchazón en el brazo, sensación de peso en el miembro, dolor, adormecimiento y reducción de la función del miembro. Además, se elaboraron los casos modelo y contrarios para ayudar en la decisión sobre el uso del concepto.

Conclusión

Los conceptos resultantes del análisis contribuyen a clarificar los términos y el desarrollo del lenguaje en enfermería y deben ser validados por jueces y práctica clínica para una mejor aplicación en la oncología clínica.

Linfedema; Mastectomía; Neoplasias de la mama; Autocuidado; Automanejo

Abstract

Objective

To analyze the concept of “ineffective self-management of lymphedema” in mastectomized women.

Methods

This is an analysis of the concept proposed by Walker and Avant, operationalized through an integrative literature review, organized into eight stages, and based on the following guiding questions: What is the definition of ineffective self-management in mastectomized women? What are the antecedents, attributes, and consequences of ineffective self-management in mastectomized women? How has ineffective self-management of lymphedema been defined in the context of women who have undergone mastectomy? The search for articles was carried out in five electronic databases, with no date limit, from July 2022 to February 2023.

Results

Antecedents (30) and consequents (19) were identified. Among them, the most frequent were the following, respectively: lack of family and/or social support and decreased quality of life. The most frequently identified defining attributes were the following: edema, swelling in the arm, feeling of heaviness in the limb, pain, numbness, and reduced function of the limb. Model and contrary cases were also designed to help decide on the use of the concept.

Conclusion

The concepts resulting from the analysis contribute to clarifying the terms and development of language in nursing, and should be validated by judges and clinical practice for better application in clinical oncology.

Lymphedema; Mastectomy; Breast neoplasms; Self care; Self-management

Introdução

O linfedema pós-mastectomia é a ocorrência mais frequente (10-60%) relacionada ao tratamento do câncer (CA) de mama, dependendo do parâmetro usado, podendo afetar muito a qualidade de vida de mulheres em aspectos biopsicossociais tais como autoestima e custos relacionados à saúde, levando a sentimentos de fraqueza, medo e ansiedade.(11. Kalemikerakis I, Evaggelakou A, Kavga A, Vastardi M, Konstantinidis T, Govina O. Diagnosis, treatment and quality of life in patients with cancer-related lymphedema. J BUON. 2021;26(5):1735–41. Review.

2. Quirion E. Recognizing and treating upper extremity lymphedema in postmastectomy/lumpectomy patients: A guide for primary care providers. J Am Acad Nurse Pract. 2010;22(9):450–9. Review.
-33. Arinaga Y, Sato F, Piller N, Kakamu T, Kikuchi K, Ohtake T, et al. A 10 minute self-care program may reduce breast cancer-related lymphedema: a six-month prospective longitudinal comparative study. Lymphology. 2016;49(2):93–106.)

O recorte do estudo em mulheres com linfedema sobreviventes ao CA de mama foi justificado porque esta sequela é uma condição crônica que afeta continuamente a vida dessas mulheres, sendo objeto de planejamento do autocuidado nas etapas que envolvem a enfermagem, com relevância para a prática clínica.44. Paiva AC, Elias EA, Souza ÍE, Moreira MC, Melo MC, Amorim TV. Cuidado de enfermagem na perspectiva do mundo da vida da mulher-que-vivencia-linfedema-decorrente-do-tratamento-de-câncer-de-mama. Esc Anna Nery. 2020;24(2):e20190176.

“Autogestão ineficaz do linfedema” é um diagnóstico de enfermagem definido pela NANDA International 2021-2023 (NANDA-I®) como: “manejo insatisfatório de sintomas e regime de tratamento, com consequências físicas, psicossociais e espirituais, incluindo mudança nos estilos de vida inerentes, levando a viver com edema relacionado a obstrução ou distúrbio de linfonodos ou vasos linfáticos”. O diagnóstico acima foi aprovado (2020) e incluído na NANDA-I®, no domínio atividade/repouso, com nível de evidência 2.1 referente ao desenvolvimento do arcabouço conceitual que sustentará as interpretações dos elementos constitutivos do diagnóstico de enfermagem (DE). Para aumentar o nível de evidência, é necessário que a primeira etapa dos estudos de validação seja conduzida de forma a apresentar um conjunto substancial de conhecimento que possam respaldar o diagnóstico.(88. Herdman TH, Kamitsuru S, Lopes CT. NANDA International Nursing Diagnoses: definitions and classification 2021–2023. 12th Edition. New York: Thieme; 2021. 590 p.)

Embora a autogestão ineficaz esteja presente em outro diagnóstico na NANDA International e em recentes estudos,(99. da Silva RC, Gondim MC, Cavalcante AM, Bachion MM, da Silva VM, de Oliveira Lopes MV. Ineffective health management: a systematic review and meta-analysis of related factors. J Nurs Scholarsh. 2022;54(3):376-87.) o linfedema pode ser frequentemente diagnosticado como erisipela ou celulite, mesmo em mulheres mastectomizadas; isto pode levar a diferentes tratamentos que nem sempre envolvem a participação das pacientes, principalmente como agentes do autocuidado.(1010. Rockson SG, Keeley V, Kilbreath S, Szuba A, Towers A. Cancer-associated secondary lymphoedema. Nat Rev Dis Prim. 2019;5(1):22. Review.) Assim, identificar lacunas de elementos relacionados à autogestão ineficaz do linfedema não presentes na NANDA-I®, tornará o tema mais compreensível na prática clínica; isto pode delimitar e elucidar o campo de atuação da enfermagem, pois diferentes elementos podem interferir em sua ocorrência nessa população.

Visando o aprimoramento do DE em estudo nesse panorama, é necessário investigar os conceitos usados na literatura, verificar os atributos definidores e suas definições.(1111. Walker L , Avant K . Stages for Theory Construction in Nursing. 5 th ed. Pearson; 2014. 426 p.) Portanto, o objetivo deste estudo foi analisar o conceito de autogestão ineficaz de linfedema em mulheres mastectomizadas.

Métodos

O modelo de análise de conceito proposto por Walker e Avant foi adotado para desenvolver esta etapa, sendo operacionalizado com base na revisão integrativa da literatura e organizado em oito etapas: (1) seleção do conceito, (2) determinação dos objetivos da análise conceitual, (3) identificação dos possíveis usos dos conceito, (4) determinação de atributos críticos, (5) construção de um caso modelo, (6) desenvolvimento de outros casos (caso contrário, inventados ou ilegítimos), (7) identificação dos antecedentes e consequentes do conceito e (8) definição de referências empíricas para os atributos definidores.(1111. Walker L , Avant K . Stages for Theory Construction in Nursing. 5 th ed. Pearson; 2014. 426 p.)

Inicialmente, foram formuladas as seguintes questões norteadoras: Qual é a definição de autogestão ineficaz em mulheres mastectomizadas? Quais são os antecedentes, atributos e consequências da autogestão ineficaz em mulheres mastectomizadas? Como a autogestão ineficaz do linfedema tem sido definida no contexto de mulheres que passaram por mastectomia? Para melhor direcionar as estratégias de busca, estas questões foram direcionadas aos artigos identificados em uma população específica de mulheres mastectomizadas, conforme o acrônimo PCC que significa: P (população): mulheres; C (conceito): autogestão do linfedema e C (contexto): mulheres mastectomizadas. Foram selecionados artigos sem limite de data em cinco bases de dados: Biblioteca Virtual da Saúde, PubMed, Web of Science, CINAHL e SCOPUS. A busca nas bases de dados ocorreu no período de julho a agosto de 2022, sendo revisada em fevereiro de 2023 para incluir artigos que pudessem ter sido publicados nesse intervalo de tempo. A estratégia de busca seguiu os critérios de cada base de dados combinado com os operados booleanos “AND” e “OR” e os termos seguintes: axillary lymphedema,breast cancer, breast removal, lymphedema, lymphoedema, mastectomy, extended radical mastectomies, nursing, breast removal, self management e self care. As estratégias de busca nas bases de dados estão apresentadas no quadro 1.

Quadro 1
Estratégias de busca nas bases de dados

Os critérios de inclusão foram os seguintes: abordar o tema autogestão/autocuidado de linfedema em mulheres mastectomizadas, ter sido publicado em português, inglês ou espanhol e responder as questões norteadoras deste estudo. Foram excluídos notas prévias, resenhas, projetos, protocolos, pesquisas em andamento e cartas ao editor.

Após a identificação dos artigos, eles foram exportados para o gerenciador de revisões sistemáticas Rayyan - Intelligent Systematic Review. Foi realizada leitura independente e blindada de títulos e resumos por dois pesquisadores para identificar os artigos que atendiam aos critérios de inclusão. Os casos discordantes foram resolvidos por um terceiro pesquisador. Foi feita a leitura integral dos artigos selecionados incluindo título e resumo. Os artigos que não estavam disponíveis eletronicamente foram adquiridos por solicitação direta ao autor. Para cada artigo, os antecedentes, consequentes e atributos foram identificados e agrupados, seguindo uma abordagem orientada pelas perguntas norteadoras.

Resultados

Os artigos foram caracterizados e os resultados foram apresentados conforme os passos da análise de conceito proposta, exceto a descrição dos referenciais empíricos por não contemplar o objetivo proposto. A figura 1 segue o esquema recomendado pelo Prefferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-Analyses (PRISMA).(1212. Page MJ, McKenzie JE, Bossuyt PM, Boutron I, Hoffmann TC, Mulrow CD, et al. The PRISMA 2020 statement: An updated guideline for reporting systematic reviews. BMJ. 2021;372. Review.) Foram identificados 1200 artigos; 277 deles foram selecionados e a amostra final foi de 43 artigos.

Figura 1
Fluxograma das etapas de busca e seleção dos artigos (adaptado do modelo PRISMA)

O quadro 2 apresenta as características dos 43 artigos selecionados conforme os critérios de inclusão que direcionaram esta revisão: ano, país,autores, título do estudo, períodico,delineamento e nível de evidência (N.E) conforme a classificação de Melnik e Fineout-Overholt.(1313. Melnik B, Fineout-Overholt E. Evidence-based practice in nursing and health: a guide to best practice. Philadelphia: Wolters Kluwer; Lippincott Williams & Wilkins Health; 2011)

Quadro 2
Estudos incluídos na revisão da literatura conforme as informações extraídas dos artigos (n=43)

A maior porcentagem de artigos (25,6%) foi publicada nos últimos cinco anos (2019-2023), com predominância no idioma inglês. Os autores dos estudos foram enfermeiros (56,0%), psicólogos (14,6%), médicos (9,7%), além de terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e profissionais de áreas correlatas (4,9%). Entre os estudos avaliados, os transversais (20,9%) e randomizados controlados (14,0%) foram os mais frequentes.

A partir dos estudos analisados, o conceito de autogestão ineficaz foi aplicado em 43 estudos que tratavam de linfedema em mulheres mastectomizadas. Porém, nenhum desses artigos evidenciou um conceito claro e definido sobre o diagnóstico de enfermagem em estudo. As atividades de autogestão do linfedema elencadas pelos estudos incluíam principalmente: conhecer os fatores e sinais de risco para o desenvolvimento linfedema, monitorização do membro afetado quanto aos sinais característicos de linfedema, prevenção de trauma na extremidade afetada e do risco de infecção, prevenção e manutenção da integridade da pele, manutenção do peso adequado e realização de atividade física regular. Tais ações correspondem a aceitação e conhecimento da doença, percepção e reconhecimento dos fatores de risco e desencadeadores da piora e atitudes de cuidado. Os atributos definidores correspondem ao conteúdo da análise do conceito;(1111. Walker L , Avant K . Stages for Theory Construction in Nursing. 5 th ed. Pearson; 2014. 426 p.) os 31 atributos identificados são apresentados no quadro 3. Os atributos mais frequentes foram “edema/inchaço” no membro (citado em dez artigos) e “sensação de peso no braço” (citado em seis artigos).

Quadro 3
Atributos e frequência de Autogestão ineficaz do linfedema identificados nos artigos

A partir da análise dos estudos selecionados, foram identificados 30 antecedentes que foram distribuídos em três categorias: paciente, acesso às informações e práticas educativas e adesão ao tratamento (Quadro 4).

Quadro 4
Antecedentes e frequência de autogestão ineficaz do linfedema identificados na literatura

Foram identificados 19 consequentes do conceito “autogestão ineficaz do linfedema” nos artigos (Quadro 5). Para identificar os consequentes, foi realizada a seguinte pergunta: Quais são os eventos resultantes da autogestão ineficaz de linfedema em mulheres mastectomizadas?

Quadro 5
Distribuição de consequentes de autogestão ineficaz do linfedema

Caso contrário de Autogestão do linfedema em mulheres mastectomizadas

Sra. Angélica, 58 anos, viúva, analfabeta, mora com uma filha, com renda de um salário-mínimo da aposentadoria. Foi diagnosticada com câncer na mama direita em 2020; sofreu mastectomia total e teve esvaziamento axilar; foram retirados 22 linfonodos e recebeu 36 sessões de radioterapia. Ela relatou que evita usar seu braço direito para atividades diárias tais como cozinhar ou lavar louça, mas não realizava cuidados diários na pele nem usava mangas de compressão. Não conseguia manter a rotina de exercícios físicos e drenagem linfática. Oito meses após a cirurgia, o braço começou a inchar, mas ela não sabia a razão pois não foi orientada sobre este fato. Surgiram dores na região escapular direita que limitavam a extensão e flexão; dormência com sensação de peso; perda de movimento no braço, com piora progressiva nas dores, que a levou a usar medicação analgésica frequente. Ela relatou piora da dor durante a drenagem linfática manual. A filha informou que a mãe não aceita seu problema de saúde; a mãe tem dificuldades para fazer acompanhamento com equipe multiprofissional porque mora na periferia da cidade.

Caso modelo de Autogestão do linfedema em mulheres mastectomizadas

Sra. Ana, 59 anos, casada, mora com o esposo e duas filhas, com renda familiar de seis salários-mínimos. Foi diagnosticada com câncer de mama em 2019; sofreu mastectomia e esvaziamento axilar com retirada dos nódulos e passou por sessões de quimioterapia. Um ano após a mastectomia, seu braço começou a ficar edemaciado, pois as blusas apertavam só de um lado. Ela foi diagnosticada com linfedema. Ela informou que seguia as orientações dadas pela equipe multidisciplinar do centro de oncologia perto de onde ela mora. Ela mantém dieta equilibrada para controle do peso e faz exercícios físicos três vezes por semana; mantém os braços sempre limpos, secos com aplicação de hidratante corporal, protetor solar e repelente; realiza drenagem linfática manual diariamente, mantém o uso de roupa de compressão para atividades de esforço e viagens aéreas, além de evitar locais de frio extremo ou calor. Sempre que ela vai ao serviço de saúde, evita aferição da pressão ou punção no braço esquerdo. Sua família realiza todo trabalho doméstico, incentivando-a na rotina de seus cuidados. Ela relatou que o auxílio deles nesses anos fez diferença em seu tratamento, evitando que ela desenvolvesse maiores complicações no linfedema de seu braço até o momento, o que é um medo constante.

Discussão

Na análise dos artigos, os países de publicação foram distintos, destacando-se os da América do Norte e Europa, relacionados com maior incidência de CA de mama e prevalência de linfedema.(5454. Deveci Z, Karayurt Ö, Bilik O, Eyigör S. Development of the breast cancer related lymphedema self-care scale. Clin Nurs Res. 2023;32(1):221–32.,5555. Ostby PL, Armer JM, Smith K, Stewart BR. Patient perceptions of barriers to self-management of breast cancer–related lymphedema. West J Nurs Res. 2018;40(12):1800–17.)

Depois de 2012, foi observado um crescente número de estudos desenvolvidos por enfermeiros, o que influenciou no desenvolvimento da pesquisa. Além disso, a presença de estudos desenvolvidos por profissionais tais como médicos, fisioterapeutas e psicólogos apontam para uma compreensão integral do manejo complexo que envolve o linfedema e seu caráter multidisciplinar. Por exemplo, fisioterapeutas desenvolvem estudos relacionados ao emprego de novas técnicas de manejo e mensuração de linfedema; eles contribuem para detecção precoce de indicadores que levam a autogestão ineficaz contribuindo ainda para práticas educativas de mulheres mastectomizadas.(4141. Rafn BS, McNeely ML, Camp PG, Midtgaard J, Campbell KL. Self-measured arm circumference in women with breast cancer is reliable and valid. Phys Ther. 2019;99(2):240–53.)

Os aspectos que envolvem o linfedema nesse grupo de pessoas, como evidenciado nas diferentes categorias apresentadas nos antecedentes, demonstram a dimensão que o fenômeno pode se manifestar. Quando há mais de um antecedente ou um fator relacionado interagindo com as pessoas, a resposta humana pode apresentar manifestações com diferentes níveis de gravidade, desde a presença exclusiva do edema local e diminuição na mobilidade do membro até o impacto na qualidade de vida e nas relações sociais. Os diferentes níveis de gravidade da autogestão ineficaz do linfedema podem também desencadear outras respostas humanas.(5656. de Oliveira Lopes MV, da Silva VM, Herdman TH. Causation and Validation of Nursing Diagnoses: A Middle Range Theory. Int J Nurs Knowl. 2017;28(1):53–9.)

Considerando a importância do manejo multidisciplinar na prática clínica de enfermeiros para uma melhor qualidade de vida para mulheres mastectomizadas, é essencial que os diferentes olhares profissionais e a troca de conhecimento entre suas áreas contribuam para o autocuidado e reabilitação dessas pacientes. Porém, poucos estudos têm aprofundado esta temática.

Em relação aos atributos definidores mais explorados pelos autores, edema e/ou inchaço do braço, sensação de peso, dor e dormência foram recorrentes nos artigos analisados. O “edema e/ou inchaço do braçoestá relacionado com o acúmulo de líquido extracelular como resultado de danos no sistema linfático relacionados ao tratamento do câncer de mama.(1010. Rockson SG, Keeley V, Kilbreath S, Szuba A, Towers A. Cancer-associated secondary lymphoedema. Nat Rev Dis Prim. 2019;5(1):22. Review.)Isto leva a uma diminuição na distensibilidade do tecido ao redor das articulações e a um aumento no peso das extremidades, causando sensação de peso, dormência e diminuição na função do membro afetado.(5757. Erickson VS, Pearson ML, Ganz PA, Adams J, Kahn KL. Arm edema in breast cancer patients. J Natl Cancer Inst. 2001;93(2):96–111. Review.)

Foi também observado que a autogestão ineficaz do linfedema é atribuída intimamente à presença do edema e aos aspectos estético e funcional do membro afetado, não sendo devidamente explorados os fatores relacionados com a autogestão. Isto pode estar relacionado com a subjetividade da avaliação clínica a qual as mulheres mastectomizadas são submetidas, pois é esperado que estas apresentem linfedema como sequela do tratamento oncológico, causando confusão de conceitos, tornando mais complexa a investigação e a identificação dos atributos nos artigos analisados.

A dor é um sintoma definido como experiência sensorial e emocional desagradável associada a um dano tecidual real ou potencial, de início súbito ou lento, de intensidade leve a grave, com um fim antecipado ou previsível.(88. Herdman TH, Kamitsuru S, Lopes CT. NANDA International Nursing Diagnoses: definitions and classification 2021–2023. 12th Edition. New York: Thieme; 2021. 590 p.,5858. Raja S, Carr D, Cohen M, Finnerup N, Flor H, Gibson S. The Revised IASP definition of pain: concepts, challenges, and compromises. Pain. 2021;161(9):1-16.)

Um estudo de Fabro et al. destacou que a dor, como uma condição neuropática, apresentou incidência de 52,9% seis meses após o tratamento cirúrgico do câncer de mama. Dor no ombro e/ou região toraco-escapular decorrente do tratamento cirúrgico do câncer de mama foi observada em 27,2% das pacientes; mulheres mais jovens (menos de 40 anos) e aquelas que foram submetidas a linfadenectomia axilar (com mais de 15 linfonodos removidos) apresentaram maior risco de desenvolver síndrome dolorosa.(5959. Alves Nogueira Fabro E, Bergmann A, do Amaral E Silva B, Padula Ribeiro AC, de Souza Abrahão K, da Costa Leite Ferreira MG, et al. Post-mastectomy pain syndrome: incidence and risks. Breast. 2012;21(3):321-5.)

Em pacientes que apresentam tais atributos, intervenção precoce da equipe multiprofissional com estratégias de autogestão pode reduzir o risco de progressão do linfedema relacionado ao CA de mama. Enfermeiros podem incorporar tais estratégias na vida diária dessas mulheres para reverter os estágios do linfedema, além de fazer com que elas se percebam como agentes de seu autocuidado.

Os atributos sustentam a tomada de decisão dos enfermeiros em identificar a autogestão ineficaz de linfedema contribuindo para planejar ações eficazes, a partir da capacitação e engajamento da paciente em relação ao fenômeno. Embora a paciente do caso fictício também tenha sido diagnosticada com linfedema após câncer de mama, os atributos definidores e os antecedentes não são percebidos no contexto do caso modelo, desencorajando os enfermeiros a elaborar ações com foco na autogestão ineficaz.

Quanto aos antecedentes, os que mais se destacam são aqueles atribuídos às pacientes. Porém, aqueles relacionados à adesão ao autocuidado assim como a dificuldade para aderir às orientações de autocuidado usando tecnologias e/ou dispositivos e técnicas acessíveis (bandagens, roupas de compressão, compressão pneumática, drenagem linfática manual, exercícios físicos e bioimpedância) foram os mais frequentes. Intervenções especializadas acessíveis e econômicas para mulheres mastectomizadas com linfedema precisam ser melhor exploradas pois podem apresentar risco elevado de complicações, além das mudanças de hábitos e rotinas já exigidas para alcançar e manter resultados de tratamentos bem-sucedidos.(2222. Ridner SH, Dietrich MS, Kidd N. Breast cancer treatment-related lymphedema self-care: Education, practices, symptoms, and quality of life. Support Care Cancer. 2011;19(5):631-7.,2424. Assis MR, Maraglia PH, Brandão MA, Peixoto MA. Metacognition as an educational technology in self-care learning: the case of prevention of post-surgical lymphedema of breast cancer. Esc Anna Nery. 2018;22(3):e20170440.,2828. Koelmeyer LA, Sherman KA, Boyages J, Dean CM. Understanding home monitoring and self-management in breast cancer-related lymphoedema: a qualitative study. J Lymphoedema. 2021;16(1):54-61.)

Estudos apontam que menos de um terço das mulheres aderem às práticas autocuidado.(3131. Deveci Z, Karayurt Ö, Eyigör S. Self-care practices, patient education in women with breast cancer-related lymphedema. Turkish J Phys Med Rehabil. 2021;67(2):187–95.,4646. Alcorso J, Sherman K, Koelmeyer L, Mackie H, Boyages J, Sherman KA. Psychosocial factors associated with adherence for self-management behaviors in women with breast cancer-related lymphedema. Support Care Cancer. 2016;24(1):139–46.)Esta falta de adesão pode estar relacionada à falta de conhecimento sobre autocuidado; este é um indicador significativo nos artigos analisados. As múltiplas barreiras ao autocuidado reforçam a abordagem multidisciplinar focada na educação e no automonitoramento para melhorar a qualidade de vida dessa população.(3535. Ridner S, Rhoten B, Radina M, Adair M, Bush-Foster S, Sinclair V, et al. Breast cancer survivors’ perspectives of critical lymphedema self-care support needs. Support Care Cancer. 2016;24(6):2743–50.)

As mulheres precisam assumir a responsabilidade pelo seu autocuidado, incorporando-o de forma permanente à rotina; isto requer reforço no processo de ensino-aprendizagem e na conscientização, sendo necessárias dispositivos tecnológicos e técnicas aprimoradas.(2424. Assis MR, Maraglia PH, Brandão MA, Peixoto MA. Metacognition as an educational technology in self-care learning: the case of prevention of post-surgical lymphedema of breast cancer. Esc Anna Nery. 2018;22(3):e20170440.)

Além do ensino e da conscientização sobre a importância do linfedema, deve-se considerar que as alterações cognitivas e afetivas em situação de ameaça à saúde podem influenciar a falta de adesão, devendo ser igualmente observadas pelos profissionais.(4343. Sherman KA, Miller SM, Roussi P, Taylor A. Factors predicting adherence to risk management behaviors of women at increased risk for developing lymphedema. Support Care Cancer. 2015;23(1):61–9.) Por outro lado, um estudo apontou que as participantes compreendem o problema crônico que elas apresentam, mas percebem que a equipe de saúde não tem o conhecimento necessário no momento do diagnóstico do linfedema. Isso leva a uma falta de expectativa sobre o tratamento e o que ele proporcionará, afetando a gestão do problema.(4747. Karlsson K, Biguet G, Johansson K, Nilsson-Wikmar L. Perceptions of lymphoedema treatment in patients with breast cancer - a patient perspective. Scand J Caring Sci. 2015;29(1):110–7.)

Neste contexto, as intervenções de enfermagem direcionadas ao comportamento preventivo e ao acompanhamento a longo prazo colaboram para prevenir o linfedema quando apoiadas por visitas domiciliares; além disso, elas são consideradas custo-efetivas, reduzindo o ônus financeiro tanto à paciente como ao sistema de saúde.(1616. Cal A, Bahar Z, Gorken I. Effects of Health Belief Model based nursing interventions offered at home visits on lymphedema prevention in women with breast cancer: a randomised controlled trial. J Clin Nurs. 2020;29(13–14):2521–34.)

Os consequentes são eventos que ocorrem como resultado após a ocorrência do conceito e não podem ser considerados atributos definidores do conceito em análise.(1111. Walker L , Avant K . Stages for Theory Construction in Nursing. 5 th ed. Pearson; 2014. 426 p.) Assim, foi observado que o componente dor (citado em 14,0% dos artigos) surge como consequência, mas aparece também como atributo definidor. A taxonomia da NANDA-I® não apresenta o componente dor como característica definidora.(88. Herdman TH, Kamitsuru S, Lopes CT. NANDA International Nursing Diagnoses: definitions and classification 2021–2023. 12th Edition. New York: Thieme; 2021. 590 p.)

As características definidoras são dinâmicas, mutáveis e contribuem para elaboração do DE pelos enfermeiros, auxiliando no planejamento das intervenções de enfermagem. Assim considerando o direcionamento de Walker e Avant,(1111. Walker L , Avant K . Stages for Theory Construction in Nursing. 5 th ed. Pearson; 2014. 426 p.) podemos afirmar que dor é uma consequência da autogestão ineficaz no linfedema, sendo desconsiderada como atributo definidor. Porém, os consequentes clínicos são uma exacerbação dos atributos associados à exposição aos antecedentes clínicos e um maior grau de comprometimento pode ser observado pelos consequentes dependendo da intensidade dessa exposição.(5555. Ostby PL, Armer JM, Smith K, Stewart BR. Patient perceptions of barriers to self-management of breast cancer–related lymphedema. West J Nurs Res. 2018;40(12):1800–17.)

Os três consequentes mais frequentes foram os seguintes: diminuição na qualidade de vida (20,9%), interferências nas atividades diárias e laborais (16,27%) e sofrimento psíquico (13,95%).

Quanto maior o inchaço do braço ou da mão, maiores são as limitações observadas em mulheres com diferentes graus de linfedema. Maiores ainda são as dificuldades enfrentadas em atividades simples da vida diária, tais como limpeza, banho e alimentação. Essas dificuldades resultam na incapacidade de elas cuidarem de si mesmas.(2020. Swenson KK, Nissen MJ, Leach JW, Post-White J. Case-control study to evaluate predictors of lymphedema after breast cancer surgery. Oncol Nurs Forum. 2009;36(2):185–93.,4040. Cansız G, Arıkan Dönmez A, Kapucu S, Borman P. The effect of a self-management lymphedema education program on lymphedema, lymphedema-related symptoms, patient compliance, daily living activities and patient activation in patients with breast cancer-related lymphedema: a quasi-experimental study. Eur J Oncol Nurs. 2022;56:102081.)

O consequente “diminuição da qualidade de vida” foi apontado por sobreviventes do câncer de mama. Elas destacaram elementos que ajudam a alcançar melhor qualidade de vida, tais como envolvimento nas decisões do tratamento e apoio e aconselhamento individualizados às pacientes.(4747. Karlsson K, Biguet G, Johansson K, Nilsson-Wikmar L. Perceptions of lymphoedema treatment in patients with breast cancer - a patient perspective. Scand J Caring Sci. 2015;29(1):110–7.)

O sofrimento psíquico está relacionado às desordens emocionais à medida que os transtornos diários ligados ao linfedema impactam a vida das mulheres mastectomizadas. A alteração da imagem corporal atua como um lembrete visível do câncer e do tratamento, somando-se aos relatos das pacientes sobre sintomas físicos frequentemente usados para avaliar os níveis de sofrimento.(3636. Jeffs E, Ream E, Shewbridge A, Cowan-Dickie S, Crawshaw D, Huit M, et al. Exploring patient perception of success and benefit in self-management of breast cancer-related arm lymphoedema. Eur J Oncol Nurs. 2015;20:173–83.)Na Austrália, um estudo realizado em clínicas apontou uma relação inversamente proporcional entre os níveis de angústia e os graus de adesão à autogestão do linfedema, reforçando que o sofrimento psíquico é consequência da autogestão ineficaz do linfedema.(4646. Alcorso J, Sherman K, Koelmeyer L, Mackie H, Boyages J, Sherman KA. Psychosocial factors associated with adherence for self-management behaviors in women with breast cancer-related lymphedema. Support Care Cancer. 2016;24(1):139–46.)

A presença do desconforto e medo relacionado ao linfedema afetam negativamente a mulher do ponto de vista psicossocial, repercutindo com distúrbios psicológicos, de imagem corporal, refletindo na qualidade de vida; assim, é importante esclarecer não só os tratamentos que o sistema de saúde pode oferecer, mas também envolver as expectativas de cura e os prejuízos funcionais que podem impactar a vida diária.(2424. Assis MR, Maraglia PH, Brandão MA, Peixoto MA. Metacognition as an educational technology in self-care learning: the case of prevention of post-surgical lymphedema of breast cancer. Esc Anna Nery. 2018;22(3):e20170440.,4343. Sherman KA, Miller SM, Roussi P, Taylor A. Factors predicting adherence to risk management behaviors of women at increased risk for developing lymphedema. Support Care Cancer. 2015;23(1):61–9.,4545. Fu MR. Breast cancer survivors’ intentions of managing lymphedema. Cancer Nurs. 2006;28(6):446–57.,4747. Karlsson K, Biguet G, Johansson K, Nilsson-Wikmar L. Perceptions of lymphoedema treatment in patients with breast cancer - a patient perspective. Scand J Caring Sci. 2015;29(1):110–7.)

Conclusão

Por meio desta análise de conceito, é possível identificar elementos fundamentais para compreender o conceito da autogestão ineficaz do linfedema. Isso foi alcançado identificando atributos definidores, antecedentes, consequentes, caso modelo e caso contrário, podendo assim contribuir na clarificação deste diagnóstico de enfermagem. Diagnósticos de enfermagem com níveis de evidência mais baixos geralmente não são incorporados ao processo de enfermagem, uma vez que seus elementos não refletem a prática de clínica dos enfermeiros, nem possibilitam identificar estratégias eficazes que contribuem para manejar os fatores causais da autogestão ineficaz do linfedema. Os elementos descritos e identificados que resultaram desta análise conceitual requerem validação por juízes e aplicação clínica.

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Editado por

Editor Associado (Avaliação pelos pares): Camila Takao Lopes (https://orcid.org/0000-0002-6243-6497) Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    04 Mar 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    7 Jun 2023
  • Aceito
    30 Ago 2023
Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo R. Napoleão de Barros, 754, 04024-002 São Paulo - SP/Brasil, Tel./Fax: (55 11) 5576 4430 - São Paulo - SP - Brazil
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