RESUMO
Objetivo:
Apesar do progresso dos cuidados médicos, os pacientes hospitalizados ou com lesões medulares frequentemente desenvolvem úlceras de pressão. O objetivo deste estudo foi descrever as características epidemiológicas das úlceras de pressão e avaliar os fatores associados à recorrência e à cura.
Métodos:
Neste estudo de coorte histórico, foram coletados dados clínicos e laboratoriais de prontuários médicos de 1997 a 2016.
Resultados:
Sessenta indivíduos com úlceras de pressão foram incluídos. A média de idade dos pacientes foi 38,1 ± 16,5 (37,0) anos, 83,3% eram homens e 86,8% foram identificados como brancos. A maioria dos pacientes (85,1%) tinha paraplegia, amputação ou trauma nos membros inferiores com sequelas motoras; os restantes (14,9%) eram tetraplégicos. A maioria dos pacientes (78,3%) foi submetida à cirurgia e o tempo médio de acompanhamento foi 1,8±2,5 anos. A cicatrização das lesões foi observada em 25 pacientes; houve recorrência em 25% dos pacientes e verificou-se que estavam associadas à localização das lesões. Os pacientes com lesões recorrentes tinham maior número de consultas médicas e maior tempo de tratamento. Os indivíduos cujas úlceras cicatrizaram tinham menos lesões, maior índice de massa corporal (IMC) e maior proporção deles foi submetida à cirurgia.
Conclusões:
O IMC, a localização e o número de lesões são fatores prognósticos. Nível de Evidência IV, Série de Casos.
Descritores:
Lesão por pressão/epidemiologia; Lesão por pressão/mortalidade; Cirurgia plástica; Recidiva; Traumatismos da medula espinal.