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Comparação do lactato no líquido cefalorraquidiano com as características físicas, citológicas e outros marcadores bioquímicos, como fator prognostico nas meningites bacterianas agudas

RESUMO

As meningites bacterianas (MB) estão associadas à alta morbidade e mortalidade. O lactato no líquido cefalorraquidiano (LCR) pode ser usado como biomarcador de prognóstico nas MB. A hipótese desse estudo é que os níveis de lactato no LCR se mantém elevados entre pacientes com MB aguda que evoluem para óbito, ao contrário do que ocorre em pacientes com bom prognóstico.

Objetivo:

Avaliar o uso potencial do lactato e outros marcadores no LCR como indicador de prognóstico na MB aguda.

Métodos:

Foi realizado um estudo retrospectivo longitudinal da dinâmica dos biomarcadores bioquímicos, celulares e físicos no LCR. Foram analisadas 223 amostras de 49 pacientes com MB aguda com bactérias identificadas por cultura do LCR. Os participantes foram divididos em dois grupos de acordo com o desfecho: óbito (n = 9; 18,37%) e não óbito (n = 40; 81,63%). Todos os participantes receberam antibioticoterapia adequada.

Resultados:

No modelo de regressão logística, as variáveis que diferiram significativamente entre os dois grupos foram concentração de lactato na amostra final de LCR, xantocromia e variação da concentração de glicose entre a primeira e a última amostra de LCR. A alteração desses fatores indicou desfechos negativos (óbito), enquanto a diminuição do número de leucócitos e da porcentagem de neutrófilos, assim como a normalização da concentração de lactato no LCR foram preditores de bom prognóstico.

Conclusão:

O estudo confirmou a hipótese inicial. A análise longitudinal do lactato no LCR é um importante preditor de prognóstico na MB aguda.

Palavras-chave:
Meningites bacterianas; líquido cefalorraquidiano; ácido láctico; prognóstico

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