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O papel da educação no mini exame do estado mental: um estudo no Nordeste do Brasil

CONTEXTO: Existem evidências de que a escolaridade pode influenciar o desempenho em testes de avaliação cognitiva. Já que em paises subdesenvolvidos o nível educacional da maioria da população é baixo, isso poderia prejudicar resultados de avaliação por meio de testes. Assim é oportuno adequar o mini exame do estado mental (MEEM) a populações de baixa escolaridade. OBJETIVO: Propor nova versão do MEEM como um teste geral para avaliar indivíduos analfabetos e com baixa escolaridade. MÉTODO: Foram estudadas 232 pessoas de ambos os gêneros com 60 ou mais anos de idade, de classes socioeconômicas média e baixa. Foram considerados 3 grupos: analfabetos; 1-4 anos e 5-8 anos de escolaridade. A nova versão (MEEM-mo) consistiu de modificações nos itens cópia e cálculo do MEEM adaptado para a língua portuguesa (MEEM-ad). O escore máximo possível foi o mesmo nas duas versões: total 30 pontos; cópia, 1; cálculo, 5 pontos. RESULTADOS: No escore total, o teste de ANOVA detectou efeitos principais para teste e escolaridade, assim como interação entre estes fatores: indivíduos com escolaridade mais alta realizaram melhor ambos os testes do que aqueles com mais baixa escolaridade. Os escores do MEEM-mo foram mais elevados do que os do MEEMad, em cada grupo de escolaridade. CONCLUSÃO: Indivíduos com maior escolaridade apresentam melhor performance em ambas as versões dos testes; os itens cópia e cálculo foram responsáveis por este resultado. Isto pode depender de fatores culturais. O uso do MEEM-mo em indivíduos analfabetos e com baixa escolaridade pode prevenir resultados tanto falsopositivos como falsonegativos nas avaliações cognitivas.

mini exame do estado mental; cognição; educação; avaliação cognitiva


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