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Análise clínica e eletrencefalográfica de crises epilépticas temporais de origem mesial e lateral

As crises epilépticas do lobo temporal tendem a seguir uma sequência previsível de eventos clínicos e eletrencefalográficos, cuja análise, preferencialmente através de sistemas de vídeo-EEG, sugere a localização e a lateralização do lobo epileptogênico. Para este estudo, foram analisadas 50 crises epilépticas do lobo temporal, do ponto de vista clínico e eletrencefalográfico, sendo 25 relacionadas a esclerose mesial (grupo 1) e 25 a patologias neocorticais (grupo 2). Auras abdominais foram as mais frequentes, predominando no grupo 1. Houve diferenças entre os dois grupos, quanto à instalação e duração da postura distônica, à postura tônica e à versão oculocefálica. Postura distônica unilateral foi o mais importante fenômeno clínico lateralizatório, sempre contralateral à área epileptogênica. Verbalização crítica, automatismo de cuspir, piscamento palpebral bilateral, desorientação espacial prolongada e maior percentual de preservação da linguagem no período pós-crítico foram relacionados a crises temporais direitas. Afasia pós-crítica e desorientação global, a crises temporais esquerdas. O EEG teve importante acurácia lateralizatória em ambos os grupos, especialmente quanto à atividade crítica rítmica e achados pós-críticos.

epilepsia do lobo temporal; crises parciais complexas; vídeo-EEG


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