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O bloqueio do gânglio estrelado nas tromboses e embolias cerebrais agudas

O autor apresenta os resultados obtidos com o emprego do bloqueio do gânglio estrelado em 43 casos de acidentes vasculares cerebrais agudos. Destes, 31 pacientes sofriam de trombose cerebral sem complicação, 5 de trombose cerebral com insuficiência cardíaca e 7 de embolia cerebral. Em todos os casos a infiltração foi efetuada empregando-se uma solução de novocaína a 1% e usando-se a via anterior para atingir o gânglio. Foram efetuadas 521 infiltrações no total de 43 enfermos. Ligeiras complicações surgiram em alguns casos: a veia jugular foi atingida em 21 ocasiões, em 5 casos a carótida comum foi puncionada e em um caso a pleura foi atingida. Não surgiram dificuldades posteriores. Os bloqueios foram sempre efetuados o mais precocemente possível em cada um dos casos e repetidos cada 12 horas, pelo menos durante 4 dias. Os resultados obtidos com essa terapêutica foram considerados de acordo com o tipo de acidente vascular e com o tempo decorrido entre a instalação do acidente vascular e a infiltração do gânglio estrelado. Os melhores resultados foram obtidos naqueles pacientes em que o bloqueio foi realizado nas primeiras 16 horas. De 32 pacientes, 20 obtiveram melhora imediata após a primeira infiltração e 31 melhora evidente após o oitavo bloqueio. Dos 8 enfermos tratados entre as primeiras 17 e 24 horas, 2 melhoraram imediatamente e 4 após o oitavo bloqueio. Dois pacientes tratados após as primeiras 24 horas não apresentaram melhora. De acôrdo com o tipo de acidente vascular, os melhores resultados foram registrados no grupo das tromboses sem complicação. De 31 en- fermos, 28 apresentaram grande melhoria de seu estado ao fim de 4 dias de tratamento. Dentre os 5 enfermos com história de trombose cerebral e insuficiência cardíaca, apenas 2 apresentaram melhoria e dos 7 casos de embolia 5 tiveram boa recuperação. Em 11 casos foi obtido o EEG imediatamente antes e 1 e 4 horas após o bloqueio. O traçado realizado antes do tratamento mostrou ondas lentas de baixo potencial que, contudo, desapareceram em 9 casos por ocasião do terceiro exame. Em outros dois casos, justamente aqueles em que não houve melhora clínica, as ondas lentas e de baixo potencial persistiram ao exame. Em outros 5 enfermos, o fluxo sangüíneo cerebral foi determinado antes e 5 horas após o bloqueio. Embora 4 enfermos apresentassem melhora clínica evidente, somente em um caso o valor do fluxo mostrou-se mais elevado após a infiltração do estrelado. O autor conclui que o bloqueio do gânglio estrelado 6 o melhor tratamento de que se dispõe na atualidade para os casos de tromboses e embolias cerebrais agudas.


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