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Reflexos primitivos e função cognitiva

CONTEXTO: A prevalência e significado patológico dos reflexos primitivos (RP) no adulto, bem como sua relação com a idade e a cognição, são questões controversas. OBJETIVO: Estudar a relação entre RP e cognição em 30 pacientes com doença de Alzheimer (DA) e 154 sujeitos controles normais. MÉTODO: O diagnóstico de DA baseou-se nos critérios DSM-IV, NINCDS-ADRDA e CAMDEX. Os RP foram quantificados de 0 (ausente) a 1 (leve) ou 2 (acentuado). CASI-S (Cognitive Abilities Screening Instrument -Short Form) foi usado para avaliar o registro, orientação temporal, fluência verbal e evocação. Um teste de cópia de pentágonos foi acrescentado. RESULTADOS: Os RP mais frequentes nos pacientes e controles foram o de sucção (77% e 62%, respectivamente) e "snout" (60% e 27%), seguidos do glabelar (30% e 19%), paratonia (37% e 5%) e palmomentoniano (23% e 5%). Nenhum sujeito controle teve mais que três RP. A frequência dos RP tendeu a aumentar com a idade e a deterioração cognitiva. O reflexo de preensão e o sinal de Babinski foram encontrados apenas nos pacientes com DA. Os RP não se correlacionaram uns com os outros, exceto o reflexo "snout" com o de sucção e com o glabelar. CONCLUSÃO: O achado de reflexo de preensão e sinal de Babinski, ou a presença de mais de três sinais primitivos, particularmente a combinação de paratonia e reflexos "snout", sucção e palmomentoniano, são sugestivos de disfunção cerebral, especialmente quando esses sinais são acentuados e acompanhados de déficits de orientação, evocação, fluência verbal e praxia construcional.

reflexos primitivos; envelhecimento; demência; doença de Alzheimer; testes cognitivos


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