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Inferências de estudo populacional sobre eventos não epilépticos

OBJETIVO: Demonstrar a importância epidemiológica dos diferentes tipos de eventos não epilépticos (ENE) em uma comunidade urbana de baixa renda. METODO: Os casos suspeitos de terem epilepsia foram detectados na primeira fase de um estudo de prevalência de epilepsia, de triagem. Na segunda fase, eles foram entrevistados por um neurologista em entrevista não estruturada. Os casos de ENE foram classificados como fisiológicos ou psicogênicos e divididos em vários tipos. Esses últimos foram classificados segundo o DSM-IV. RESULTADOS: Entre os suspeitos de terem epilepsia (176, mais idosos do que os outros casos, <0.01, com predominância feminina, p<0.01) existem diferentes diagnósticos: eventos epilépticos sem causa aguda subjacente conhecida (20) ou com (convulsão febril e eclâmpsia). O diagnóstico mais prevalente é o de síncope (n=63; 35,8%), crises epilépticas, fenômeno tóxico paroxístico (incluso alcoolismo) e trauma craniano, nos eventos fisiológicos, e transtornos dissociativos, ansiedade, entre os psicogênicos. O predomínio masculino está relacionado aos fenômenos tóxicos (p=0,02), e o feminino, aos fenômenos dissociativos (p=0,01). CONCLUSÃO: Dentre os ENE, sugere-se a importância populacional (epidemiológica) da síncope, como já enfatizado na literatura médica, e, dentre os transtornos psicogênicos, fenômenos de ansiedade e dissociativos mais do que transtornos somatoformes, usualmente mais investigados em centros terciários de epilepsia com recursos de video-EEG.

epilepsia; eventos não epilépticos; estudo populacional


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