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Evolução favorável de um caso de cisticercose cerebral observado durante 10 anos

O caso apresentado refere-se a uma paciente, observada ininterruptamente desde os 5 anos até aos 14 anos de idade, cuja moléstia evoluiu para a cura clínica completa. O quadro inicial caracterizou-se pelo aparecimento de crises convulsivas de tipo bravais-jacksoniano reiteradas, em menina anteriormente sadia, que havia sido portadora de tênia. A radiografia do crânio foi normal, porém o exame do liqüido cefalorraqueano revelou hipercitose, com presença de eosinófilos em algumas amostras, aumento das proteínas e, mais particularmente, das globulinas, além de positividade da reação de fixação de complemento para cisticercos, possibilitando assim o diagnóstico etiológico. O curso clínico foi acompanhado cuidadosamente com exames clínicos e do líquor cada 6 meses. Foram feitos tratamento geral anticonvulsivante (hidantoinatos e barbitúricos) e terapêutica visando em particular os cisticercos (extrato etéreo de feto macho na dose diária de 1 g, na freqüência de 10 dias por mês, durante um ano, além de ionizações transcerebrais com iodeto de potássio). O desaparecimento das crises fêz-se logo no segundo ano de evolução, com ligeira recidiva em 1948, e os exames do líquor mostraram decréscimo progressivo da pleocitose, normalização das proteínas, negativação da reação de fixação de comple- mento para cisticercos. Por último, a radiografia do crânio, que inicialmente era normal, mostrou quatro cisticercos calcificados. 0 eletrencefa!o-grama, feito em 1953, não evidenciou qualquer foco lesional cerebral con-vulsiógeno ativo. A evolução somática e mental da paciente foi ótima, tornando-se hoje uma moça inteligente, boa estudante, perfeitamente bem integrada no ambiente familiar e social em que vive.


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