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Utilização da lacosamida em crianças: experiência de um centro terciário no Brasil

Resumo

Antecedentes

Lacosamida (LCM) é um fármaco anticrise de terceira geração aprovado na Europa e nos Estados Unidos, utilizado como monoterapia ou terapia adjuvante para tratar crises epilépticas focais em adultos, adolescentes e crianças. No Brasil, a LCM só é aprovada para tratamento em pacientes com mais de 16 anos de idade.

Objetivo

Avaliar uma coorte de crianças com epilepsia refratária que receberam LCM como terapia adjuvante e observar a resposta e tolerabilidade ao tratamento.

Métodos

Um estudo de coorte retrospectivo conduzido em uma unidade terciária de saúde, que incluiu 26 crianças de até 16 anos de idade que apresentavam epilepsia refratária e receberam um tratamento complementar com LCM. As visitas de acompanhamento foram agendadas a cada 3 meses, até 9 meses de tratamento com LCM.

Resultados

Após 3 meses de administração de LCM, em 73,1% das crianças, a frequência das crises teve uma redução maior do que 50%, e essa melhora clínica foi mantida na maioria dos pacientes (73,9%) pelos 9 meses seguintes. Efeitos adversos leves (como, sonolência e alterações comportamentais) ou graves (agravamento das crises) foram observados em duas e três crianças, respectivamente. Entre as crianças que responderam ao tratamento com LCM, houve uma maior prevalência do sexo masculino, o uso de um menor número de medicações anticrise associadas e o uso de bloqueadores dos canais de sódio.

Conclusões

A LCM deve ser considerada uma opção de tratamento precoce em pacientes pediátricos com epilepsia refratária, principalmente aqueles que apresentam crises focais.

Palavras-chave
Epilepsia; Lacosamida; Criança; Epilepsia Resistente a Medicamentos; Assistentes de Pediatria

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