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O líqüido cefalorraqueano na linfogranulomatose venérea

The cerebrospinalfluid in the lymphogranuloma venereum

Grande número de autores considera a linfogranulomatose venérea como moléstia infecciosa produzida por vírus, invadindo todo o organismo. Assim sendo, o sistema nervoso também seria atingido pelo processo. O exame do liqüido cefalorraqueano, nesses casos, poderia trazer uma contribuição valiosa; entretanto, os estudos feitos são deficientes. Procuramos fazer um estudo, conseguindo reunir 68 pacientes portadores dessa moléstia. Foram feitos exames do liqüido cefalorraqueano de doentes em tôdas as fases da moléstia. Assim, puncionamos 9 casos assintomáticos, 7 com cancro inicial, 3 com bubões ingüinais, 30 com proctite sem estreitamento, 8 com estreitamento e proctite, 4 com estreitamento, proctite e fistulas, 5 com estiomênio, 1 com estreitamento sem proctite e 1 com balanite. Todos êsses pacientes não apresentavam sintomatologia clínica meningoencefálica, ou apresentavam sintomas leves, tais como irritabilidade e cefaléia ou outras algias. O líqüido cefalorraqueano foi normal em 63 pacientes. Nos 5 casos restantes, encontramos pequenas alterações, a saber: hiperglicorraquia em um caso (0,98 g. por litro); hipercitose de 15 células por mm³ em um caso, e de 7 células por mm³ em outro, ambos em pacientes luéticos; aumento da pressão inicial (27 cm dágua) em paciente com perturbações- cardiovasculares; hipercitose transitória, sem outra explicação aparente que não a linfogranulomatose venérea. Portanto, apenas em um caso (hipercitose transitória) as alterações liquóricas poderiam talvez ser atribuídas à linfogranulomatose venérea. Assim, nossos estudos não confirmam os daqueles que verificaram grande freqüência de alterações do líqüido cefalorraqueano nos portadores da moléstia de Nicolas-Favre.


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