RESUMO
Como instituições memoriais, os museus desempenham grande papel na construção da identidade, sendo as representações do passado e do patrimônio cultural local essenciais para o desenvolvimento da identidade nacional/regional. A transformação de antigas instalações representativas para imigrantes - como Ellis Island em Nova York - em “lugares de memória” mostra certa mudança de atitude quanto à imigração, que tem transformado o status de “diáspora” e destacado identidades culturais. Graças a patrimonialização das memórias, novos discursos sobre imigração e identidade foram criados: as memórias, frequentemente esquecidas - muitas vezes voluntariamente -, encontram lugar nos museus e permitem construir narrativas sobre a imigração através de relatos pessoais. Contudo, a musealização da história da imigração permanece desafiadora na paisagem internacional dos museus, suscitando diferentes questões: no que consiste o patrimônio da imigração? Como musealizar a imigração? As tentativas de representar os imigrantes nesses espaços refletem um paradigma nacional? Os museus da imigração representam uma variante do museu de sociedade, pela abordagem participativa e pela iniciativa de criar vínculos com comunidades de origem imigrante. Através da constituição de patrimônios locais sobre a imigração, o museu desenvolveu uma abordagem junto às comunidades imigrantes, destacando seu caráter memorial e inclusivo. Trata-se de uma perspectiva interdisciplinar, beneficiada pelos melhores museus e adequada aos novos espaços que se propõem a abordar o tema. Neste artigo, pretende-se pensar as características constitutivas dos museus de imigração e a importância da história oral (relatos pessoais de imigrantes), memorabilia e arte contemporânea na elaboração de exposições que planejam criar certa forma de empatia no visitante.
PALAVRAS-CHAVE:
Imigração; Museus; Exposições; Museografia; Arte contemporânea