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Miguel Ciera: um demarcador de limites no interior sul-americano (1750-1760)

Estudam-se os trabalhos produzidos por Miguel Ciera tendo como pano de fundo a viagem realizada pela Terceira Partida de Limites, que, por ordem de Portugal, percorreu o interior da América Meridional entre 1752-1756. Na função de astrônomo e cosmógrafo da equipe demarcadora, este engenheiro paduano subiu o rio Paraguai até alcançar a boca do Jauru e ali, junto com seus companheiros, fixou o marco divisório, substanciando in loco o Tratado de Limites. Foi durante esta viagem que Ciera colheu informações para construir o seu Mappa geographicum quo flumen Argentum, Paranà et Paraguay [...], um belo atlas, com o qual presenteou o rei Dom José I em 1758. Nele, além de precisas cartas geográficas, registrou a lápis e a aquarela elementos da fauna, tipos populares e vistas de paisagens, criando o primeiro conjunto iconográfico da região que, no século XVIII, passou a receber o nome de Pantanal. Neste artigo, analisa-se esta obra, buscando demonstrar que ela não se constituiu apenas num belo atlas, mas que se trata de um refinado documento visual com o qual Miguel Ciera oferece ao monarca de Portugal as mais primorosas informações sobre os territórios interiores nos quais se traçou a linha de limites.

Expedição de Limites; Miguel Ciera; Iconografia sul-americana; Pantanal


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