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SOBRE A SINTAXE DE CONSTRUÇÕES OUGHT-TO-BE COM E SEM ADDRESSEE ESPECÍFICO

RESUMO

O presente artigo tem como foco o deôntico ought-to-be , analisado a partir dos conceitos de obrigação discutidos em Castañeda (1970), Feldman (1986) e Hacquard (2006, 2010). A partir de testes de co-ocorrência de um modal ought-to-be com elementos que ocorrem na camada CP – em particular, com a expressão-wh por que e com elementos adverbiais –, constatamos que o ought-to-be é interpretado entre as posições altas de IntP e ModP. Mostramos também que um ought-to-be pode figurar em construções com ou sem addressee específico e que essa diferença se reflete na sintaxe. Nossa proposta é estender a análise de Portner, Pak e Zanuttini (2019), desenvolvida para partículas de estilo de fala do coreano, para o deôntico ought-to-be , postulando que esse deôntico, quando usado com um addressee específico, integra uma estrutura em que a categoria cP é projetada, o que permite que traços que expressam a relação falante-interlocutor, tais como o traço de status , sejam checados. Consequentemente, esse modal é restrito ao domínio matriz. Por outro lado, quando ele ocorre em uma sentença sem addressee específico, ele integra uma estrutura sem a projeção de cP, uma vez que ele não remete à relação falante-interlocutor. Nesse caso, o modal aparece em domínios matrizes e encaixados.

deôntico ought-to-be; modalidade deôntica; relação falante-interlocutor; categoria cP

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