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RÓTICOS EM CODA EXTERNA DE VERBOS NO INFINITIVO NO PORTUGUÊS CAIPIRA PAULISTA

RESUMO

Com aporte teórico-metodológico da Dialetologia Pluridimensional (RADTKE; THUN, 1996; THUN, 2000, 2005 etc.), este artigo documenta e analisa a variação em coda externa de desinência infinitiva seguida por pausa no berço da cultura caipira paulista, na região chamada Médio Tietê. Com aplicação do Questionário Fonético-Fonológico do Atlas Linguístico do Brasil (COMITÊ NACIONAL DO PROJETO ALiB, 2001), os dados foram coletados in loco por Figueiredo Jr. (2019) em dez localidades: Santana de Parnaíba, Pirapora do Bom Jesus, Araçariguama, São Roque, Sorocaba, Itu, Porto Feliz, Tietê, Capivari e Piracicaba. Os inquiridos, totalizando 80, eram equitativamente mulheres e homens, jovens (18–36) e velhos (≥ 55), com baixa escolaridade (desde analfabetos até secundaristas incompletos) e alta (a partir de estudos superiores incompletos). As variantes documentadas são: aproximante retroflexa ([ɻ]), tepe alveolar ([ɾ]), apagamento fonético ([Ø]) e vibrante alveolar ([r]). A análise baseia-se em estatística descritiva e cartas dialetológicas pluridimensionais, de que um conjunto relevante de conclusões decorre, entre as quais, de uma perspectiva ampla, a variável linguística estudada é saturada sobretudo pela aproximante retroflexa e, de uma perspectiva correlacional, o fator externo de influência no estabelecimento da prevalência da aproximante retroflexa não é, segundo evidências, nem diastrática, nem diagenérica e nem diatópica, mas sim diageracional.

dialetologia pluridimensional; geolinguística; fonética; português paulista; dialeto caipira; Médio Tietê; arquifonema /R/ em coda silábica

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