Resumo
Tomando como ponto de partida uma cena tardia (e em vários sentidos, de retorno simbólico à origem) da vida de Severo Sarduy, o artigo se propõe caracterizar a relação de resistência do autor com seu presente de inicios dos anos 90, projeta-a ao nosso e ler nesse ponto, ao mesmo tempo, uma forma de assunção dos paradoxos do moderno - abertura inaugural (sobre tudo como efeito do contato com as artes plásticas) de um debate que hoje se desenvolve em torno aos conceitos de pós-estética e pós-autonomia. No artigo se lê em diversas zonas da obra do autor a elaboração do neobarroco como um modo de teatralizar a temática de uma arte e uma literatura constantemente ameaçadas por sua própria dissolução, e elaborar uma prática e uma teoria estética capazes de regular as complexas relações entre a criação plástica e literária e aquilo que lhe é alheio, irredutível ou exterior.
Palavras-chave
Sarduy; teatralidade; regimes; estéticas