Resumo:
Objetivo
O monitoramento de ambientes alterados é crucial para o entendimento dos impactos e avaliação de mudança na ictiofauna local. Dessa forma, o objetivo do nosso trabalho foi comparar a fauna de peixes de um pequeno reservatório do tipo fio d'água de 67 anos de idade com amostragens realizadas em 1986 e entre 2019 e 2021, além de atualizar a lista de espécies de peixes deste reservatório.
Métodos
Nós utilizamos dados provenientes do estudo de Alves et al. (1998) e de peixes amostrados em dois pontos no interior do reservatório de Itutinga utilizando redes de emalhar, arrasto e peneira e em um ponto no único tributário da região utilizando peneira.
Resultados
Coletamos um total de 12.978 indivíduos pertencentes a 37 espécies de peixes, sendo que a curva de acumulação de espécies mostrou tendência à assíntota. Destas, cinco espécies eram não nativas e cinco eram migradoras. O estudo de Alves et al. (1998) coletou um total de 25 espécies, 17 gêneros, 9 famílias e 3 ordens. Adicionamos 12 espécies à lista que não haviam sido registradas por Alves et al. (1998), incluindo quatro não nativas e duas migradoras. Por outro lado, duas espécies migradoras e uma reofílica foram registradas apenas no estudo anterior. Ademais, observamos alterações importantes no ranking de abundância de espécies entre os dois estudos.
Conclusões
As diferenças na estrutura das assembleias de peixes comparando os dois estudos indicam importantes mudanças na comunidade 33 anos após o primeiro estudo. Nossos resultados destacam a importância da realização de monitoramentos de longa duração em ambientes alterados para avaliar temporalmente as variações na assembleia de peixes e as suas respostas às múltiplas possibilidades de estressores externos como o aumento da abundância de espécies não nativas nestes ambientes.
Palavras-chave:
mudança na assembleia de peixes; barramento; reservatório; monitoramento de peixes de longa duração
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