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Como o aumento no dióxido de carbono atmosférico e a ‘Lei dos Mínimos’ estão contribuindo para a obesidade ambiental

Resumo

Justus von Liebig observou que era possível aumentar a produção agrícola adicionando pequenas quantidades de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) aos solos. Essa descoberta levou a mais recente revolução agrícola. Contudo, uma vez que a maioria das plantas e microrganismos podem ser não-homeostáticos em relação a composição química elementar da sua biomassa, adicionar nutrientes pode resultar em aumentos desproporcionais de alguns macro-elementos nos organismos, enquanto os micronutrientes declinariam. O aumento nas concentrações de CO2 na atmosfera é um importante direcionador nas mudanças climáticas, mas também pode ter um importante papel na mudança da composição química da biomassa e na estequiometria dos ecossistemas. Os aumentos nas concentrações de CO2 na atmosfera tem contribuído para o excesso de carbono (C) na biomassa e nos ecossistemas, um estado que pode estar contribuindo para mudanças no metabolismo, que eu comparo com uma doença metabólica e “obesidade ambiental”. Aqui eu defino obesidade ambiental como o acúmulo excessivo de C relativamente a outros elementos no ambiente. O aquecimento do clima é, certamente, motivação suficiente para os seres humanos fazerem o que for necessário para reduzir o uso de combustíveis fósseis. Contudo, o aumento do carbono tem implicações muito negativas para a saúde através de efeitos sobre a nossa comida em sistemas naturais e agrícolas e, sugere que o CO2 não é somente um problema ambiental, mas também um problema de saúde humana.

Palavras-chave:
estequiometria; Liebig; obesidade ambiental; homeostase; carbono

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