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Ciclagem de matéria orgânica em um reservatório neotropical: efeito da temperatura e das condições experimentais

OBJETIVOS: Este estudo descreveu a comparação entre a cinética de decomposição in situ e in vitro dos detritos provenientes de duas espécies de macrófitas (Polygonum lapathifolium L.: Polygonaceae; Eichhornia azurea (Sw.) Kunth: Pontederiaceae) presentes em um reservatório neotropical (Brasil), com o intuito de verificar os principais fatores que afetam a ciclagem de carbono, especialmente o efeito da temperatura. MÉTODOS: Amostras de plantas e de água foram coletadas no reservatório em agosto de 2009. Na incubação in situ a perda de massa foi avaliada utilizando-se a técnica dos litter bags. No laboratório, o decaimento de massa foi obtido em câmeras de decomposição mantidas sob condições controladas (i.e. no escuro, a 15 e 25 ºC). Um modelo cinético foi adotado para explicar e comparar o decaimento da matéria orgânica. Um teste ANOVA (Medidas Repetidas) descreveu as diferenças entre os tratamentos empregados e para a comparação entre os experimentos in situ e in vitro utilizou-se a correlação linear. RESULTADOS: O decaimento de massa foi mais rápido em condições naturais, com rápida liberação da fração lábil-solúvel. Os valores simulados dos coeficientes de mineralização da matéria orgânica dissolvida e refratária foram maiores em temperaturas altas (25 ºC). Os elevados valores de Q10 (principalmente para E. azurea) e os resultados da ANOVA indicaram que a variação da temperatura (10 ºC) influenciou a velocidade do decaimento de massa. CONCLUSÕES: Os resultados sugeriram rápida ciclagem da matéria orgânica em meses mais quentes (de outubro a dezembro), favorecendo o elo microbiano. Embora a perda de massa da fração particulada tenha sido maior em condições naturais, os resultados apresentaram a mesma magnitude, tanto in situ como in vitro, sugerindo equivalência cinética do decaimento de massa.

plantas aquáticas; detritos; decomposição; modelo cinético


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