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Distribuição espacial e variação temporal da assembleia de microcrustáceos (Cladocera e Copepoda) em diferentes compartimentos de um reservatório no semiárido brasileiro

Resumo

Objetivo: O objetivo deste estudo foi investigar a variação espacial e temporal da assembleia de microcrustáceos de um reservatório no semiárido brasileiro.

Métodos

As variáveis físicas e químicas da água e amostras de microcrustáceos foram coletadas em oito locais do reservatório entre julho de 2013 e novembro de 2014, num total de sete campanhas. Para este estudo, o reservatório foi categorizado em dois compartimentos: lateral e central.

Resultados

As variáveis limnológicas apresentaram variação temporal significativa (PERMANOVA, Pseudo-F = 19,51, p = 0,001). Valores de turbidez mais altos e sólidos em suspensão foram observados nos meses mais chuvosos, enquanto nos meses secos foram medidos os valores mais elevados de transparência, oxigênio dissolvido e clorofila-a. Não houve variação espacial significativa das variáveis limnológicas (PERMANOVA, Pseudo-F = 0,96; p = 0,394). Durante o período de estudo, foram registradas dez espécies: quatro Cladocera (Ceriodaphnia cornuta, Daphnia gessneri , Diaphanosoma birgei e Diaphanosoma spinulosum ), três Copepoda Calanoida (Argyrodiaptomus azevedoi , Notodiaptomus cearensis e Notodiaptomus iheringi ) e três Copepoda Cyclopoida (Macrocyclops albidus, Thermocyclops minutus e Thermocyclops decipiens). A assembleia de microcrustáceos apresentou variação temporal (PERMANOVA, Pseudo-F = 4,34; p = 0,001) e variação espacial significativa (PERMANOVA, Pseudo-F = 9,46; p = 0,001). Os maiores valores de abundância e riqueza foram observados no compartimento lateral, este resultado pode esta relacionado principalmente a presença de macrófitas aquáticas nesta região, pois, a análise da RDA parcial indicou que as variáveis limnológicas explicaram apenas 11% desta variação (Pseudo-F = 2,08; p = 0,001).

Conclusões

Os resultados sugerem que a sazonalidade do semiárido é um fator importante na dinâmica temporal das variáveis limnológicas, enquanto as macrófitas aquáticas desempenham papel importante na distribuição espacial da assembleia de microcrustáceos.

Palavras-chave:
sazonalidade; zooplâncton; limnologia; bacia do Rio de Contas; Nordeste do Brasil


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