OBJETIVO: Apresentamos uma atualização sobre a composição das espécies de peixes do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e da lagoa Imboassica, na porção norte do Estado do Rio de Janeiro, com base em esforços de coleta de quase duas décadas, registros históricos em museus, e uma revisão da literatura. MÉTODOS: Os espécimes foram coletados através de uma variedade de técnicas, principalmente entre 1994 e 2012, e foram fixados com a utilização de uma solução de formalina a 10%, sendo subsequentemente armazenados em solução de álcool a 70%. Todos os espécimes examinados foram depositados nas coleções de peixes do Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Socioambiental de Macaé, Universidade Federal do Rio de Janeiro (NPM), e Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro (MNRJ). Espécies de peixes continentais (água doce) e algumas espécies marinhas ou estuarinas frequentemente coletadas foram consideradas como Residentes, enquanto espécies marinhas coletadas apenas esporadicamente foram consideradas como Ocasionais. Possíveis associações entre a orientação das lagoas e a composição de peixes Residentes foram exploradas através de uma Análise de Correspondência (CA). RESULTADOS: Um total de 100 espécies, pertencentes a 19 ordens e 41 famílias de Teleostei, foi registrado. Quando espécies Residentes e Ocasionais são consideradas, as famílias Carangidae e Engraulidae, com nove e oito espécies respectivamente, são as mais representativas. Quando apenas espécies Residentes são consideradas, Gerreidae e Gobiidae, ambas com sete espécies, são as mais representativas. A lagoa Imboassica, com 76 espécies, possui a maior riqueza de espécies entre as lagoas incluídas neste estudo. Um total de 81 espécies foi registrado no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, um número duas vezes maior do que o relatado em estudos anteriores. Uma chave de identificação, incluindo 57 espécies Residentes, também é apresentada. CONCLUSÕES: Lagoas Paralelas foram caracterizadas por um pequeno grupo de espécies continentais presumivelmente de ancestralidade marinha (Divisão Secundária), enquanto espécies marinhas foram mais representativas em lagoas Ortogonais. A maior frequência de espécies marinhas em lagoas Ortogonais pode estar associada com aberturas da barra arenosa. Conexões temporárias e esporádicas entre lagoas Paralelas durante períodos de maior pluviosidade podem promover uma maior similaridade em termos de composição de espécies.
diversidade; ambientes costeiros; PELD; espécies introduzidas; chave de identificação
