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Etiopatogenia da úlcera péptica: de volta ao passado?

Objetivos

Revisar a etiopatogenia da doença ulcerosa péptica com base em revisão de estudos sobre a correlação entre Helicobacter pylori (H. pylori) e doença ulcerosa péptica.

Métodos

Foi realizada busca nas bases de dados MEDLINE, LILACS e PubMed, e em livros brasileiros e estrangeiros referentes à incidência e prevalência de infecção pelo H. pylori e de doença ulcerosa péptica em várias populações de diferentes países.

Resultados

Observamos que a prevalência da infecção pelo H. pylori é semelhante em indivíduos com doença ulcerosa péptica e a população geral; que existem diferenças entre países no que tange as prevalências de infecção e a de úlceras péptica gástrica e duodenal e que, em muitos países, a prevalência de infecção pelo H. pylorise mantém estável, enquanto a prevalência de doença ulcerosa péptica está em queda. A prevalência de doença ulcerosa péptica na ausência de infecção peloH. pylori varia de 20% a 56% nos países ocidentais.

Discussão

As observações sugerem que o H. pyloriconstituiria somente mais um fator a ser somado ao rol dos agressores na gênese da doença ulcerosa péptica. Assim, estaríamos retornando ao conceito de que as úlceras pépticas, gástrica e duodenal, têm etiologia multifatorial e decorreriam, como era admitido no passado, do desequilíbrio entre fatores agressivos e defensivos da mucosa. O foco dos estudos deveria ser redirecionado à identificação dos fatores defensivos e de outros fatores agressivos além dos bem conhecidos H. pylori e medicamentos anti-inflamatórios não-esteróides, desde que esses dois agentes não cobrem todo o espectro de causas.

Úlcera péptica; Úlcera gástrica; Úlcera duodenal; Infecções por Helicobacter


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