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O papel da elastografia na hipertensão portal clinicamente significativa

RESUMO

Trata-se de uma revisão narrativa que visa discutir a importância dos métodos elastográficos na avaliação da hipertensão portal clinicamente significativa (HPCS) em pacientes cirróticos, onde os autores propõem um algoritmo para avaliação desses pacientes. Na doença hepática crônica avançada compensada, o objetivo é prevenir o desenvolvimento de HPCS, e naqueles já com HPCS prevenir o aparecimento de varizes gastroesofágicas (VGE) e outras complicações da hipertensão portal. Na cirrose compensada, a prevalência de VGE é de 30-40% e 10-20% são varizes com risco de sangramento, portanto o uso de métodos não invasivos dispensaria o paciente de endoscopia. A elastografia hepática é um método não invasivo, seguro e reprodutível, disponível através de várias técnicas: elastografia transitória (VCTE), onda de cisalhamento (SWE) e elastografia por ressonância magnética. O Baveno VII apresentou a “regra dos 5” para VCTE: medida da rigidez hepática (LSM) ≤15 kPa e plaquetas >150.000/mm3 excluem HPCS enquanto um LSM ≥25 kPa é altamente sugestivo de HPCS. Além disso, foi proposta a “regra dos 4” para SWE: pacientes com ≥17 kPa podem ser considerados como portadores de HPCS. Por fim, a medição da rigidez do baço (SSM) foi proposta como uma técnica mais específica para prever a presença de HPCS. Em conclusão, a elastografia ganhou prestígio na avaliação não invasiva de pacientes com doença hepática crônica avançada, ao permitir a adoção de medidas profiláticas ao sugerir a presença de HPCS.

Palavras-chave:
Hipertensão portal; elastografia; cirrose

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