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Perfil epidemiológico e características clínicas das doenças inflamatórias intestinais em um centro de referência Brasileiro

RESUMO

CONTEXTO:

O aumento na incidência e prevalência das doenças inflamatórias intestinais (DIIs) é evidente em muitos países recém-industrializados da Ásia, África, Europa Oriental e do continente Americano. No Brasil, os registros ainda são bastante escassos, sendo necessários mais estudos sobre este tema.

OBJETIVO:

Avaliar o perfil epidemiológico e as características clínicas dos doentes com DIIs, acompanhados em um serviço de referência no Estado de São Paulo.

MÉTODOS:

Análise retrospectiva, descritiva, dos prontuários médicos dos pacientes com DIIs acompanhados em um centro de referência no Brasil.

RESULTADOS:

Foram avaliados 625 doentes, sendo 416 com doença de Crohn (DC), 190 com retocolite ulcerativa (RCU) e 19 com colite indeterminada. A média de idade foi de 31,6 anos, sendo a distribuição homogênea entre os sexos. Na DC predominou a classificação de Montreal A2 L3 e B1, com 44,8% dos doentes apresentando doença perianal; na RCU, E2 e S0. A principal manifestação extraintestinal presente foi reumatológica, vindo a seguir as lesões cutâneas e as oftalmológicas. A maioria dos doentes (85,4%) fazia uso de alguma medicação, sendo as mais frequentes, aminossalicilatos na RCU e terapia biológica na DC. Em relação às cirurgias, na DC um significativo percentual de pacientes foi submetido a algum tipo de procedimento cirúrgico, ao contrário da RCU, incluindo fistulotomias e colocação de sedenhos, estomas de derivação, enterectomia, ileotiflectomia/colectomia direita, colectomia total ou parcial e plastias intestinais. Apenas 195 (31,2%) doentes eram da cidade de Campinas, mas 443 (70,9%) eram provenientes do 7º Departamento Regional de Saúde (DRS), que corresponde a Grande Campinas.

CONCLUSÃO:

No estudo, houve um predomínio de pacientes do DRS de Campinas; os doentes eram jovens, sem predominância de sexo; a frequência maior foi de doentes com DC (66,6%). A maioria (85,4%) estava em tratamento farmacológico, e um percentual significativo de doentes com DC, havia sido submetido à cirurgia.

Palavras-chave:
Doença de Crohn; retocolite ulcerativa; epidemiologia; trato gastrointestinal

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