RESUMO
CONTEXTO:
Os pacientes com doenças inflamatórias intestinais (DII) vacinados para hepatite B possuem baixa taxa de sucesso em alcançar níveis protetores de anticorpos. Os principais fatores sugeridos para isso são a própria DII e o uso de medicamentos imunossupressores.
OBJETIVO:
Avaliar a titulação de anticorpos anti-HBs e verificar fatores associados a efetividade da vacinação contra hepatite B em pacientes com DII.
MÉTODOS:
Trata-se de um estudo prospectivo e consecutivo, de caráter observacional, descritivo e analítico, não-randomizado, qualiquantitativo, que avaliou a titulação de anticorpos anti-HBs em pacientes portadores de DII no Ambulatório Interdisciplinar de Doença Inflamatória Intestinal da Unidade de Saúde da Família e Comunitária da UNIVALI - Itajaí, Santa Catarina.
RESULTADOS:
Trinta e seis pacientes foram vacinados contra o vírus da hepatite B (VHB), destes, 29 eram do sexo feminino. A média de idade foi de 46,2 anos. Em relação ao tipo de DII, 24 pacientes eram portadores de doença de Crohn e o tempo médio de doença inflamatória intestinal encontrado foi de 74 meses. Quinze pacientes estavam em uso de terapia imunossupressora concomitante à vacinação. A taxa de resposta à vacina contra o VHB foi de 72,2%, verificada através de titulação de anti-HBs ≥10 UI/L. A análise estatística revelou uma resposta negativa à vacinação em pacientes em uso de medicamentos imunossupressores e portadores de doença de Crohn.
CONCLUSÃO:
A taxa de sucesso na imunização contra o VHB em pacientes com DII é baixo quando comparado à população em geral. Tipo de doença e uso de medicamentos imunossupressores parecem desempenhar influência na resposta vacinal.
DESCRITORES:
Doenças inflamatórias intestinais; Imunização; Hepatite B; Doença de Crohn; Colite ulcerativa; Soroconversão; Imunossupressores