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Disfunção urinária após tratamento cirúrgico do câncer de reto

Contexto

A perda de qualidade de vida atribuída ao tratamento do câncer retal continua elevada. Neste contexto, a deterioração da função urinária é complicação relevante.

Objetivo

Identificar disfunção urinária e seus fatores de risco em doentes submetidos ao tratamento cirúrgico do câncer de reto.

Métodos

Realizou-se estudo prospectivo com 42 doentes de ambos os sexos submetidos a tratamento cirúrgico com intenção curativa para adenocarcinoma de reto. Foi utilizado o questionário International Prostatic Symptom Score, validado na língua portuguesa, em dois períodos: imediatamente antes e após 6 meses do procedimento cirúrgico. Os fatores de risco para disfunção urinária foram analisados por regressão logística e teste t de Student.

Resultados

Após 6 meses do procedimento cirúrgico, oito (19%) doentes apresentaram disfunção urinária moderada a grave e aumento na média do escore utilizado de 1,43 pontos no pré-operatório para 4,62 pontos no pós-operatório (P<0,001). A análise de fatores de risco para disfunção urinária não mostrou significância para as variáveis estudadas, idade, gênero, distância tumoral da margem anal, neoadjuvância, adjuvância, procedimento cirúrgico realizado, via de acesso cirúrgico (laparoscópica ou laparotômica) e tempo operatório.

Conclusão

Nos doentes com carcinoma retal operados com intenção curativa, a incidência de disfunção urinária moderada a grave após 6 meses da operação foi de 19%. Não foram identificados fatores de risco para disfunção urinária nesses doentes.

Neoplasias retais; Bexiga urinaria neurogênica; Cirurgia colorretal; Terapia neoadjuvante; Plexo hipogástrico


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