RESUMO
Contexto:
A investigação das cepas bacterianas específicas do intestino, incluindo lactobacilos, é essencial para a compreensão da etiologia bacteriana da prisão de ventre.
Objetivo:
Este estudo teve como objetivo comparar a prevalência e a quantidade de lactobacilos intestinais em crianças constipadas e controles saudáveis.
Métodos:
Foram recrutadas quarenta crianças que preenchem os critérios de Roma IV para prisão de ventre funcional e 40 controles saudáveis. As amostras fecais foram analisadas utilizando-se uma reação da cadeia de polimerase específica da espécie, seguida por DNA polimórfico amplificado aleatório e PCR quantitativo em tempo real.
Resultados:
Foram detectadas sete espécies diferentes de lactobacilos. Dos 80 voluntários, 65 (81,3%) eram cultura em PCR específico de espécies, dos quais 25 (38,46%) crianças constipadas e 40 (61,54%) indivíduos saudáveis. As espécies mais prevalentes foram L. paracasei 21 (32,3%) seguidas por L. plantarum 18 (27,7%) entre grupos saudáveis e de pacientes. A análise dos dendrogramas do RAPD mostrou que cepas isoladas de crianças constipadas e não constipadas têm coeficientes de similaridade superiores a 90%. Os ensaios qPCR demonstraram que as crianças constipadas apresentavam uma quantidade menor de população total de lactobacilos (por grama de fezes) do que os controles saudáveis.
Conclusão:
Nossos achados mostraram que a mera existência de várias espécies de Lactobacillus no intestino não é suficiente para prevenir alguns distúrbios gastrointestinais, como a prisão de ventre funcional, e sua quantidade desempenha um papel mais importante.
Palavras-chave:
Prisão de ventre; fezes; Lactobacillus; prevalência