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Perfil epidemiológico de pacientes com hemorragia gastrointestinal alta não varicosa decorrente de doença péptica em um hospital brasileiro terciário de referência

RESUMO

CONTEXTO:

A hemorragia digestiva alta não varicosa (HDANV) secundária à úlcera péptica é uma emergência médica digestiva e pode ser uma reação adversa a medicamento severa.

OBJETIVO:

Estimar a frequência de HDANV secundária à doença péptica.

MÉTODOS:

Estudo prospectivo e epidemiológico realizado em um hospital brasileiro terciário de referência, no período de julho de 2016 a dezembro de 2019. Os laudos de endoscopia gastrointestinal alta foram avaliados diariamente. O diagnóstico de HDANV secundária para úlcera péptica foi definido por achados endoscópicos de úlcera péptica e lesões gástricas erosivas e sintomas clínicos. A frequência de diagnóstico de HDANV secundária à úlcera péptica foi estimada por meio da razão entre o número de pacientes diagnosticados e o número de pacientes submetidos à endoscopia gastrointestinal alta no mesmo período.

RESULTADOS:

Um total de 2.779 laudos endoscópicos (2.503 pacientes) foram avaliados e 178 pacientes foram elegíveis. A frequência total de diagnóstico de HDANV secundária à úlcera péptica foi de 7,1%. A frequência anual de diagnósticos entre 2017 e 2019 variou de 9,3% a 5,7%. A maioria dos pacientes era do sexo masculino (72,8%); auto-declarado branco (71,8%); idoso (56,7%); e não possuía histórico familiar ou pessoal de doenças gastrointestinais (60,1%). 90% dos pacientes apresentaram úlcera péptica e melena (62,8%). Os pacientes faziam uso crônico de ácido acetilsalicílico como antiagregante plaquetário (29,3%), outros antiplaquetários (21,9%) e anticoagulantes orais (11,2%); e fizeram uso e uso de anti-inflamatórios não esteroidais na semana anterior ao início dos sintomas clínicos de HDANV (25,8%).

CONCLUSÃO:

Cerca de sete em cada 100 pacientes admitidos em um hospital terciário e submetidos à endoscopia gastrointestinal alta foram diagnosticados com HDANV secundária à úlcera péptica.

Palavras-chave:
Endoscopia gastrointestinal; epidemiologia; hemorragia gastrointestinal; hospitalização; segurança do paciente; úlcera péptica

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