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Diferentes sistemas de pontuação na pancreatite alcoólica aguda: qual a seguir? Um dilema em curso

RESUMO

CONTEXTO:

A pancreatite aguda é uma desordem comum na prática médica. Nos últimos tempos, sua gestão mudou drasticamente com a maioria das decisões tomadas baseadas na gravidade da doença, como administração de antibióticos intravenosos, sucção negativa com o tubo de Ryle ou intervenções cirúrgicas como necrosectomia, etc. Há diferentes escores em uso para avaliar a gravidade da doença, mas a eficácia relativa manteve-se um assunto discutível.

OBJETIVO:

O presente estudo foi assim realizado para investigar a acurácia preditiva de diferentes sistemas de pontuação na pancreatite aguda.

MÉTODOS:

Foram selecionados 50 pacientes com pancreatite aguda admitidos na enfermaria de medicina de Pt. B.D. Sharma PGIMS, Rohtak, Índia, e foram considerados para estudo após o cumprimento dos critérios de elegibilidade. Estes pacientes foram investigados na admissão e seguidos prospectivamente. A severidade da pancreatitie foi classificada para cada um destes pacientes pelo sistema de classificação Atlanta revisado. Os sistemas de pontuação comumente usados pertencentes à pancreatite aguda, ou seja, BISAP, Ranson, APACHE II e CTSI modificado foram calculados. Posteriormente, esses escores foram correlacionados com a severidade, presença de falência de órgãos, ocorrência de complicações locais e desfecho final dos pacientes.

RESULTADOS:

Dos 50 pacientes, a ingestão crônica de álcool foi a etiologia em todos, exceto em um com pancreatite idiopática. A média de idade da população estudada foi de 42,6±13,27 anos. Destes pacientes, 32% apresentavam necrose pancreática, 40% apresentavam coleções peripancreáticas, 56% apresentavam pancreatite aguda leve, 24% apresentavam pancreatite aguda moderadamente grave, enquanto 20% apresentavam pancreatite aguda grave. O APACHE II teve maior precisão em prever a severidade, a falha do órgão e resultados fatais. No que diz respeito a esses parâmetros, os valores preditivos negativos do escore BISAP também foram consideráveis. A contagem modificada de CTSI foi exata em prever complicações locais, mas teve a exatidão limitada em outras predições.

CONCLUSÃO:

O APACHE II emergiu como o sistema de pontuação mais confiável seguido por BISAP e Ranson na gestão dos pacientes com pancreatite aguda. Mas em condicionantes do tempo e dos recursos, mesmo a Pontuação do BISAP com seus valores preditivos negativos significativos, serviu como uma ferramenta valiosa para avaliar e administrar esses pacientes.

DESCRITORES:
Pancreatite alcoólica, classificação; Consumo de bebidas alcoólica; Adulto; Confiabilidade dos dados

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