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Baixa mortalidade em 97 duodenopancreatectomias consecutivas: a experiência de um grupo

Contexto

A duodenopancreatectomia é o procedimento de escolha para neoplasias ressecáveis da região periampolar. Estes tumores representam 4% dos óbitos por câncer, sendo referida como uma das mais baixas taxas de sobrevida em 5 anos. A cirurgia continua sendo um procedimento complexo com substancial morbi-mortalidade. Apesar dos relatos de até 30% de mortalidade, em serviços de excelência tem sido apontada como inferior a 5% e estudos recentes mostram que a pancreatojejunostomia representa o “tendão de Aquiles” do procedimento.

Objetivo

Avaliar a morbi-mortalidade em 30 dias nesta série de pacientes ressecados.

Métodos

Analisamos até o momento dados de 97 pacientes consecutivos submetidos à duodenopancreatectomia de julho de 2000 a dezembro de 2012. Todos os pacientes foram manejados pelo mesmo grupo e os dados obtidos de banco de dados específico do serviço. O objetivo principal era avaliar a mortalidade em 30 dias, mas também foi reportado os dados referentes ao espécime cirúrgico, a necessidade de ressecção vascular e complicações pós-operatórias (estase gástrica, fístula pancreática, pneumonia e taxa de reoperação).

Resultados

A mortalidade em 30 dias foi 2.1% (dois pacientes). Em 93.8% dos pacientes a ressecção foi completa com margem microscópica tumoral negativa e em 67.3% dos casos não se detectou linfonodos metastáticos ao estudo anatomopatológico. Entre as complicações pós-operatórias, foram relatadas 6% de estase gástrica prolongada, 10.3% de pneumonia, 10.3% de fístula pancreática e 1% de infecção no trajeto do dreno. Dois pacientes foram submetidos a reoperação devido a sangramento e hematoma infectado decorrente de fístula pancreática. Um paciente foi reoperado por obstrução intestinal por brida no 12º dia de pós-operatório.

Conclusão

A duodenopancreatectomia como tratamento das neoplasias periampolares é procedimento de baixa morbi-mortalidade em serviços com experiência em cirurgia hepatobiliopancreática, permanecendo como tratamento de primeira linha em pacientes ressecáveis.

Neoplasias pancreáticas; Pancreaticoduodenectomia; Mortalidade


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