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Métodos de alimentação e evolução do peso de recém-nascidos com microcefalia congênita por Zika Vírus

RESUMO

Objetivo

investigar a forma de oferta de dieta, conforme os diversos métodos de alimentação, e descrever o ganho de peso em recém-nascidos com microcefalia relacionada ao Zika Vírus, comparando-os com recém-nascidos sem microcefalia.

Método

estudo de coorte retrospectivo com caso controle aninhado. Informações sobre idade gestacional, peso e métodos de alimentação (seio materno, sonda nasogástrica/orogástrica, mamadeira e copo) foram coletadas em prontuários de 43 recém-nascidos com microcefalia por Zika Vírus, equiparados conforme idade gestacional com 43 recém-nascidos sem acometimentos (grupo controle), em uma maternidade de referência no Nordeste do Brasil. Os dados foram coletados desde o nascimento até a alta hospitalar. As medidas de desfecho foram pesos (ao nascer e na alta), velocidade de ganho de peso, tempo de internação e métodos de alimentação.

Resultados

O grupo com microcefalia apresentou menores pesos ao nascer (D=-1,67; p<0,001), inclusive com maior probabilidade de serem baixo peso (Phi=0,687; p<0,001), e no momento da alta (D=-0,87; p=0,006), do que o controle. O grupo com microcefalia também apresentou maior velocidade de ganho de peso (D=0,77; p=0,006), embora com métodos alimentares semelhantes ao grupo controle, incluindo a aceitação do seio materno, de forma exclusiva (34,9%) ou complementada (58,1%).

Conclusão

recém-nascidos com microcefalia relacionada ao Zika Vírus utilizaram métodos alimentares semelhantes, incluindo seio materno, aos do grupo sem acometimento. Quanto ao peso, apresentaram valores menores ao nascimento e na alta, apesar de terem um crescimento precoce pós-natal mais rápido que aqueles sem microcefalia.

Palavras-chave:
Zika Vírus; Microcefalia; Recém-nascido; Ganho de peso; Métodos de alimentação

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