RESUMO
Objetivo:
Estudar além da prevalência, a evolução da acuidade visual após tratamento, nos pacientes vítimas de trauma ocular por violência.
Pacientes e Métodos:
Os autores estudaram retrospectivamente 665 pacientes vítimas de traumatismos oculares atendidos no Pronto Socorro do Hospital São Paulo entre janeiro de 1991 a fevereiro de 1997.
Resultados:
Observaram que 102 pacientes (15,3 %) foram vítimas de trauma ocular por violência contra a pessoa, sendo distribuídos em 4 grupos (1 - por arma de fogo: 15 % , 2 - por arma branca: 23 % , 3 - por luta corporal: 17 % , 4 - por outras etiologias: 45 %). 84 % dos pacientes (86) eram do sexo masculino e 16% (16) do feminino. Prevaleceu a faixa etária jovem, entretanto a análise de variância não mostrou diferença significante entre as idades em relação ao tipo de trauma estudado. Foi freqüente a multiplicidade de lesões, porém o comprometimento corneano foi estatisticamente mais prevalente (p < 0,001).
Conclusão:
Os resultados visuais nos 4 tipos de traumas violentos foram analisados e na maioria dos casos a acuidade visual se manteve inalterada. A prevalência de baixa acuidade visual permanente nos olhos afetados por traumas oculares violentos foi de 71,5 %. A taxa de cegueira legal (< 20/200) dos pacientes afetados por traumas violentos foi de 10,78 % . Nos 6 % de traumas bilaterais encontrados a taxa de cegueira legal foi de 100 %.
Palavras-chave:
Trauma ocular; Acuidade visual; Cegueira legal