RESUMO
Pacientes portadores de ceratocone inicial ou que apresentam cones em áreas fora do eixo visual, dificilmente podem ser identificados por métodos tradicionais como a refração e a ceratometria central. Portadores de ceratocone submetidos a Ceratotomia Radial (CR) podem ter resultados desastrosos que invariavelmente evoluem para Ceratoplastia Óptica. Examinou-se 128 pacientes candidatos a CR que apresentavam miopia entre 2,25 e 6,75 dioptrias e astigmatismo ceratométrico de menos de 3,50 dioptrias, através de videoceratografia bilateral - "Corneal Analysis System" (EyeSys®). Utilizou-se como parâmetros para a definição de ceratocone suspeito diferença maior do que 2 dioptrias entre os hemimeridianos mais curvos superior e inferior a 3mm do centro óptico, assim como a presença de uma área central ou paracentral com mais de 47 dioptrias. Também foram classificados como ceratocones suspeitos os pacientes que apresentavam diferença ceratométrica entre um olho e outro maior do que 2 dioptrias na mesma localização. Identificou-se padrões suspeitos em 7 pacientes (5,7%), índice maior do que o esperado para a população em geral. Conclui-se a necessidade de avaliação da topografia corneana e seguimento a longo prazo destes pacientes antes da realização de cirurgia.
Palavras-chave:
Ceratocone; Topografia corneana; Cirurgia refrativa; Ceratotomia radial