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Transplante de limbo em hospital terciário no Brasil: estudo retrospectivo

RESUMO

Objetivo:

Análise epidemiológica dos transplantes de limbo realizados no Hospital Oftalmológico de Sorocaba.

Método:

Foi realizada uma análise retrospectiva através de revisão de prontuário de trinta casos de transplante de limbo realizados no período de janeiro de 2003 a março de 2008. Casos de transplante de limbo autólogo foram classificados como grupo I e alogênicos como grupo II.

Resultados:

Dois pacientes foram excluídos da análise por insuficiência de dados nos registros. Da amostra completa de 28 pacientes, 53,6% constituíram o grupo I enquanto 46,4% o grupo II. O olho direito (68%) e o sexo masculino (68%) foram mais acometidos, com uma média de idade de 40,3 anos. Casos unilaterais contabilizaram 60,7%. A patologia de base causadora da deficiência límbica mais prevalente foi a queimadura química (53%). A média do tempo de doença até a cirurgia foi de 11,18 anos. Na maioria dos casos o transplante foi associado a membrana amniótica (75%) e tarsorrafia (57%). O tempo médio de seguimento foi de 24,84 meses. Foi observado melhora da acuidade visual não corrigida em 38% dos casos enquanto 28,5% permaneceram inalteradas e 33,3% pioraram. Evolução sem defeito epitelial persistente ocorreu em 75% dos pacientes. A taxa de conjuntivalização foi semelhante nos 2 grupos (53,3% e 58,3%). Em apenas 38% dos casos houve melhora da transparência. A taxa de sucesso foi de cerca de 28%. A complicação mais prevalente foi defeito epitelial persistente (25%) seguida de melting (14,2%). Outras complicações observadas foram úlceras infecciosas, necrose ou isquemia do enxerto, perfuração e descemetocele.

Conclusões:

A queimadura química permanece como principal patologia causadora de deficiência límbica. Nestes casos o transplante de limbo é atualmente a técnica de eleição para restauração da superfície ocular, porém com baixa taxa de sucesso.

Descritores:
Limbo da córnea; Transplante autólogo; Transplante homólogo; Células-tronco; Doenças da túnica conjuntiva; Queimaduras químicas

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