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Variação da concentração de imunoglobulinas G e M, de proteína total e suas frações eletroforéticas e da atividade da gamaglutamiltransferase no soro sangüíneo de vacas holandesas, antes e após o parto

Variation of G and M immunoglobulins, total protein and eletrophoretic fractions and activity of gama glutamyltransferase in Holstein cow blood sera before and after parturition

Resumos

Com o objetivo de determinar a dinâmica do proteinograma sangüíneo e da atividade enzimática da gamaglutamiltransferase sérica de vacas antes e após o parto, foram utilizadas 26 vacas do período pré-parto até 180 dias após o parto, todas da raça Holandesa. Os resultados permitiram concluir que as vacas, no momento do parto, apresentam menores concentrações séricas de proteína total, das frações albumina e betaglobulina, bem como de imunoglobulinas G e M, do que nos períodos ante e pós-parto, apresentando, a partir dos nove dias pós-parto, elevação gradativa desses constituintes até os 180 dias após o parto. Não houve diferença na atividade da enzima gamaglutamiltransferase nos momentos estudados.

Vaca; imunoglobulina; proteína; gamaglutamiltransferase


In an attempt to determine proteinogram and gamma glutamyltransferase (GGT) dynamics from cows before and after parturition, 26 Holstein cows were studied from prepartum to 180 days postpartum. At parturition cows showed lower seric protein concentration, albumin and beta globulin, and G and M immunoglobulin than during gestation period and after parturition. From nine to 180 days after parturition it was observed an incerase of these constituents. The gestation and pre and postpartum did not influence the activity of gamma-glutamyltransferase.

Cow; immunoglobulin; protein; gamma-glutamyltransferase


Variação da concentração de imunoglobulinas G e M, de proteína total e suas frações eletroforéticas e da atividade da gamaglutamiltransferase no soro sangüíneo de vacas holandesas, antes e após o parto

[Variation of G and M immunoglobulins, total protein and eletrophoretic fractions and activity of gama glutamyltransferase in Holstein cow blood sera before and after parturition]

F.L.F. Feitosa1, E.H. Birgel2

1Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP, Araçatuba

Rua Clóvis Pestana 793

16050-680 – Araçatuba – São Paulo.

2Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – USP, São Paulo

2Recebido para publicação, após modificações, em 12 de janeiro de 2000.

E-mail: leydsonf@fmva.unesp.br

Apoio financeiro: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

RESUMO

Com o objetivo de determinar a dinâmica do proteinograma sangüíneo e da atividade enzimática da gamaglutamiltransferase sérica de vacas antes e após o parto, foram utilizadas 26 vacas do período pré-parto até 180 dias após o parto, todas da raça Holandesa. Os resultados permitiram concluir que as vacas, no momento do parto, apresentam menores concentrações séricas de proteína total, das frações albumina e betaglobulina, bem como de imunoglobulinas G e M, do que nos períodos ante e pós-parto, apresentando, a partir dos nove dias pós-parto, elevação gradativa desses constituintes até os 180 dias após o parto. Não houve diferença na atividade da enzima gamaglutamiltransferase nos momentos estudados.

Palavras-chave: Vaca, imunoglobulina, proteína, gamaglutamiltransferase

ABSTRACT

In an attempt to determine proteinogram and gamma glutamyltransferase (GGT) dynamics from cows before and after parturition, 26 Holstein cows were studied from prepartum to 180 days postpartum. At parturition cows showed lower seric protein concentration, albumin and beta globulin, and G and M immunoglobulin than during gestation period and after parturition. From nine to 180 days after parturition it was observed an incerase of these constituents. The gestation and pre and postpartum did not influence the activity of gamma-glutamyltransferase.

Keywords: Cow, immunoglobulin, protein, gamma-glutamyltransferase

INTRODUÇÃO

O período da gestação parece influenciar diretamente os teores de proteínas do soro sangüíneo das vacas. Um indício desse fato foi demonstrado inicialmente por Larson & Kendal (1957) que, trabalhando com vacas gestantes da raça Holandesa, observaram que as proteínas séricas alcançaram seus maiores valores por volta de quatro semanas antes do parto previsto, decrescendo, a seguir, para atingirem os valores mínimos no dia do parto, conseqüência, principalmente, das frações betaglobulina e gamaglobulina.

Brandon et al. (1971), ao quantificarem as IgG1, IgG2, IgM, IgA e albumina no soro sangüíneo e na glândula mamária de vacas, antes e após o parto, verificaram que a concentração de IgG1 no soro diminuía abruptamente, mais de 50%, duas a três semanas antes do parto, com as concentrações das proteínas restantes permanecendo inalteradas durante o mesmo período. Os valores da IgG1 retornavam aos níveis normais quatro semanas após o parto.

Kiddy et al. (1974) constataram decréscimo gradual nos níveis séricos de IgG1 durante as últimas cinco semanas de gestação, ocorrendo, entretanto, após a parição, aumento crescente dessa fração protéica. Mas outros relatos afirmam que a transferência máxima de imunoglobulinas da corrente sangüínea para a glândula mamária ocorre na semana que antecede o parto (Sasaki et al., 1976) ou entre três e dez dias que antecedem a parição, como sugeriram Winger et al. (1995).

Pritchett et al. (1991) e Mechor et al. (1992) afirmaram que o número de lactações não tem influência significativa sobre a concentração de IgG no colostro. Todavia, Jain (1993), discordando de tais afirmações, relatou que a gestação, o parto e a lactação influenciariam nas concentrações das proteínas plasmáticas, mas durante o último estágio da gestação elas diminuiriam em virtude do desvio, principalmente de albumina e IgG, para o úbere, particularmente quando da formação do colostro.

Moraes (1997), utilizando o teste da turbidimetria pelo sulfato de zinco para determinar os níveis de imunoglobulinas séricas de 81 vacas da raça Holandesa, antes e após o parto, e dos seus bezerros, desde o nascimento até 210 dias de vida, constatou, nas vacas, menores valores no período compreendido entre 14 dias antes do parto até sete dias pós-parto, indicando ter havido migração de imunoglobulinas da corrente sangüínea para a glândula mamária.

Marquez et al. (1977) dosaram a atividade enzimática da gamaglutamiltransferase (GGT) sérica em 10 bovinos adultos e obtiveram valor médio de 17,5± 5,2 UI/l. Bouda et al. (1980) analisaram a influência da gestação e do parto sobre os níveis de atividade enzimática da GGT no plasma de 40 vacas, não observando diferenças significativas entre os resultados obtidos em ambos os momentos. De acordo com Dirksen (1993), os níveis das enzimas séricas aumentam fisiologicamente no período periparto, principalmente nos dois dias iniciais do puerpério.

O presente trabalho teve como objetivo determinar e avaliar as variações do proteinograma sangüíneo, dos níveis de imunoglobulinas G e M e da atividade da enzima gamaglutamiltransferase (GGT) no soro de vacas, antes e logo após o parto, bem como aos 9, 30 e 180 dias após o parto.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram utilizadas 26 vacas da raça Holandesa mantidas em condições peculiares a uma fazenda produtora de leite tipo "A", localizada no município de Araçatuba, região noroeste do Estado de São Paulo. As vacas foram submetidas a um período de repouso da produção de leite de dois meses antes da parição prevista e, duas semanas antes do parto, foram colocadas em piquetes-maternidade, a fim de serem observadas com maior freqüência.

As colheitas de sangue para a obtenção de soro foram realizadas de 16 a 2 dias antes do parto, logo após a parição e aos 9, 30 e 180 dias pós-parto, por punção da veia jugular após anti-sepsia local, utilizando-se agulhas 25´8mm acopladas a tubos vacutainer siliconizados. Após a observação da retração do coágulo, a amostra foi centrifugada e então transferida em frações para frascos de plásticos apropriados e mantida em freezer a –20oC até o momento do processamento. Para a realização das avaliações de laboratório, o descongelamento das amostras foi feito deixando-as à temperatura ambiente.

A proteína total sérica foi determinada pelo método do biureto, segundo Gornall et al. (1949), modificado por Strufaldi (1987). A migração eletroforética para separação das frações protéicas do soro foi efetuada segundo as técnicas descritas por Friedman (1961) e Kremers et al. (1967), estes citados por Strufaldi (1987).

As determinações das imunoglobulinas séricas foram feitas segundo a técnica de Fahey & McKelvey (1965) e Mancini et al. (1965), utilizando-se placas de ágar (Binding Site Kit), incorporadas com antisoros específicos para as classes de imunoglobulinas Ge M de bovinos.

A avaliação indireta dos teores séricos de imunoglobulina G, por meio de turbidimetria pelo sulfato de zinco, foi feita segundo Pfeiffer et al. (1977).

Para a determinação dos valores de referência nas vacas, foi realizada estatística descritiva pela determinação dos valores de tendência central (média e mediana) e dos valores de dispersão (desvio-padrão, coeficiente de variação e valores mínimo e máximo) em cada momento e para cada variável.

Para verificar a existência de diferenças entre os momentos estudados em cada variável, realizou-se análise de variância paramétrica com medidas repetidas (estatística F, Fischer-Snedecor), exceto para IgM e IgG por imunodifusão radial, nas quais realizou-se análise de variância não paramétrica de Friedman (Fr). Todos os testes foram aplicados ao nível de significância de 5% (Zar, 1984).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores médios de proteína sérica total, albumina, alfaglobulina, betaglobulina e gamaglobulina observadas no soro sangüíneo de vacas da raça Holandesa, no período compreendido entre 16 a 2 dias antes do parto e 180 dias após o parto, são apresentados na Tab.1.

As variações dos valores médios das imunoglobulinas G e M e da atividade da gamaglutamiltransferase observadas no soro sangüíneo de vacas da raça Holandesa, no período compreendido entre 16 a 2 dias antes do parto e até 180 dias após o parto, são apresentadas na Tab. 2.

Apesar de alguns autores afirmarem que observaram em vacas leiteiras gestantes diminuição das proteínas totais do soro sangüíneo algumas semanas antes da parição prevista, determinou-se, na presente pesquisa, que essa concentração em vacas sadias foi maior no final da gestação do que logo após o parto, ocorrendo, a partir de então, seu progressivo aumento, concordando com o sugerido por Larson & Kendal (1957) e Kiddy et al. (1974). No entanto, observando-se os valores individuais dos animais estudados, constatou-se que, de fato, os níveis das proteínas séricas de algumas vacas foram menores nos dias que antecediam o parto, permitindo supor que o desvio das frações protéicas do sangue para a glândula mamária, quando da formação do colostro, ocorreu em ambos os momentos do periparto pois, nesse período, as concentrações médias das proteínas séricas eram menores do que as observadas nas fases subseqüentes, ou seja, aos 9, 30 e 180 dias após o parto.

O fracionamento das proteínas séricas das vacas gestantes e em diferentes fases do parto, utilizadas no presente trabalho, permitiu constatar uma pequena diminuição dos teores de albumina e da fração betaglobulina, associada a um discreto aumento da concentração das frações alfa e gamaglobulinas, no momento do parto. A partir da parição, tanto a albumina como as demais frações protéicas elevaram-se, com ligeiras oscilações entre elas nos períodos subseqüentes (aos 9, 30 e 180 dias pós-parto), contrariando as observações feitas por Kaneko & Kornelius (1985).

No soro sangüíneo das vacas observou-se correlação positiva entre os níveis de proteína total sérica e as frações beta e gamaglobulina em todos os momentos estudados, e entre a proteína total e os teores de IgG obtidos por meio da imunodifusão radial e turbidimetria pelo sulfato de zinco, exceto aos 180 dias após o parto, quando não se observou correlação com a IgG pelo teste da imunodifusão radial. Entre proteína total sérica e albumina a correlação só foi observada em alguns momentos. Não se observou correlação significativa entre IgM e qualquer outra variável estudada.

Alguns autores como Kiddy et al. (1974) afirmam que a concentração de imunoglobulinas séricas de vacas diminuía acentuadamente nas últimas cinco semanas de gestação, ao passo que outros pesquisadores acreditam que a transferência máxima de imunoglobulinas da corrente sangüínea para a glândula mamária ocorre num período mais curto, entre duas e três semanas antes do parto (Brandon et al., 1971), na semana que antecede a parição (Sasaki et al., 1976) ou mesmo entre três e dez dias antes do parto previsto (Winger et al., 1995). A quantificação das imunoglobulinas séricas das vacas no final da gestação, no puerpério ou 180 dias após o parto utilizadas no presente experimento demonstrou haver decréscimo gradual da imunoglobulina G antes da parição, de 2.467,29 ± 831,15 mg/dl para 2.298,66 ± 799,33 g/dl e da imunoglobulina M de 307,53 ± 81,79 mg/dl para 272,24 ± 90,55 mg/dl, no momento do parto, confirmando as afirmações de Moraes et al. (1997) que destacaram diminuição dos níveis séricos de imunoglobulinas em 81 vacas da raça Holandesa no período compreendido entre 14 dias antes do parto até sete dias pós-parto.

Nove dias após o parto observou-se, por meio da turbidimetria pelo sulfato de zinco, o início de elevação gradativa dos teores de IgG, constatando-se, aos seis meses pós-parto, aumento de cerca de 62% da concentração sérica de IgM e de 45% de IgG em relação aos valores obtidos no momento da parição.

Os resultados da atividade enzimática da gamaglutamiltransferase no soro sangüíneo de vacas no final de gestação, logo após o parto e aos 9, 30 e 180 dias após o parto não apresentou variações estatisticamente significativas. Não foram observadas, também, correlações significativas entre os níveis de GGT e as demais variáveis estudadas.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Ago 2000
  • Data do Fascículo
    Abr 2000

Histórico

  • Recebido
    12 Jan 2000
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